A produção de leite cresce, principalmente nos principais países produtores. Os EUA lideram o ranking, com 93,5 mil t/ano, rebanho de 9,2 milhões de cabeças e o maior índice de produtividade média por vaca, 10.150 litros
A produção mundial de leite de vaca em 2015 foi de 656 mil t, e os dez países com maior volume produziram 374 mil t, o que representa 57% do total, segundo os dados da FAO-Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.
Analisando o período de 2000 a 2015, os TOP 10 aumentaram o volume em 44%, índice maior que 34% da produção mundial. Os dez países com maior volume de leite de vaca são: Estados Unidos, Índia, China, Brasil, Alemanha, Rússia, França, Nova Zelândia, Turquia e Reino Unido. Vale lembrar que somando a produção de leite de búfalo, se inverte a primeira colocação, porque na Índia as búfalas produzem 79.900 t, e as vacas, 66.400 t, totalizando 146.000 t.
Durante os 15 anos avaliados, a China foi o país que mais cresceu, 335%, seguido pela Índia, 101%, e pela Turquia com 94%. Apenas a Rússia reduziu a produção de leite nos últimos 15 anos, uma diminuição de 40% no rebanho produtivo. O Reino Unido, a França e a Alemanha também reduziram o número de animais em ordenha e, sem exceção, os dez países cresceram em produtividade animal, principalmente a Turquia, China e Rússia. Os principais indicadores estão mostrados na tabela 1.
10. REINO UNIDO
A atividade leiteira no Reino Unido está bem estabelecida há séculos. Atualmente o rebanho de 1,851 mil cabeças está composto por vacas selecionadas. O país é 10º no ranking de produção de leite de vaca e o terceiro maior da União Europeia, ficando atrás apenas da Alemanha e França.
Durante o período analisado, o número de vacas leiteiras reduziu em 21%, aumentou a produção em 3,8%, e a produtividade por animal, em 32,1%, resultando em média de 8.131 litros/vaca/ano em 2015. O Reino Unido exportou 21,7% da sua produção em 2015, segundo dados do IFCN. Os sistemas típicos de produção de leite têm média de 160 vacas e os maiores 259 vacas em lactação.
9. TURQUIA
Os sistemas de produção são relativamente pequenos na Turquia. A fazenda típica tem 15 vacas em lactação; as maiores, 100. A produção de leite cresceu 94,6% no período de 2000 a 2015 e o rebanho aumentou apenas 6,2% com crescimento de 83,2% da produtividade por animal. Os esforços no setor estão concentrados na melhoria da produção por vaca. O país exporta lácteos principalmente para a União Europeia, embora o governo turco tenha criado várias medidas para aumentar a demanda no mercado doméstico.
8. NOVA ZELÂNDIA
O país-ilha tem cerca de 5 milhões de vacas leiteiras e o tamanho médio dos rebanhos por sistemas de produção aumenta de forma constante. As fazendas típicas menores têm média de 349 vacas, enquanto as maiores, 1.191 animais em lactação. O rebanho aumentou 55%, e a produtividade, 12,3%, chegando em 4.119 litros por lactação em 2015.
As exportações, de 95,1% do total produzido, chegam a todas as regiões do mundo. O país está fazendo um esforço consciente para usar novas tecnologias com preservação do meio ambiente e preocupado com as possíveis mudanças climáticas.
7. FRANÇA
A indústria de laticínios tem uma grande importância na França e conta com mais de 70 mil produtores. É o segundo maior produtor da Europa, com 25,3 mil t e 3,6 milhões de cabeças no rebanho produtivo, que reduziu 12% durante o período analisado. A produtividade chegou a 6.849 litros/vaca/ano, com aumento de 15%.
Os principais sistemas de produção, considerados típicos, têm rebanhos de 38 a 84 vacas em lactação. A maior parte do leite produzido é convertida em queijo e leite em pó, e é exportada para os países da Europa. A França exporta o equivalente a 46,6% da sua produção.
6. RÚSSIA
Nos últimos 15 anos, a Rússia transformou a atividade leiteira, reduziu a produção de leite em 4,5%, diminuiu mais intensamente o rebanho produtivo em 40,7% e aumentou em 61% a produtividade animal, que em 2015 foi de 4.029 litros/vaca/ano. As fazendas típicas produtoras de leite têm cerca de 850 vacas em lactação.
É um país importador de lácteos, cujo volume equivale a 13,9% da produção nacional. Atualmente o país continua investindo no melhoramento genético do rebanho para ter animais mais produtivos e na construção de grandes fazendas para reduzir a dependência das importações.
5. ALEMANHA
Com 4,2 milhões de vacas leiteiras, a Alemanha é a maior produtora da União Europeia e a quinta no mundo. Existem desde pequenos produtores típicos, com 30 animais em produção, até sistemas com 1.200 vacas em lactação com total de 32,4 mil t de leite. A produtividade média por animal de 7.541 litros/vaca/ano cresceu 23,2% no período.
As exportações alcançam mais da metade da produção; 53,4% dos lácteos produzidos são destinados a outros países. Os alemães estão enfrentando dois grandes desafios: o aumento do preço da terra, colocando o leite mais caro e um déficit de mão de obra qualificada.
4. BRASIL
Apesar de ser um grande importador de lácteos, o País abriga um dos maiores rebanhos produtivos do mundo, com 23 milhões de cabeças, ficando atrás somente da Índia. No período de 2000 a 2015, a produção cresceu 72,3%; o rebanho aumentou 28,7% e a produtividade, 33,8%, porém ainda é baixa, de 1.525 litros/vaca/ano, um dos menores índices entre os principais países produtores de leite. Os sistemas típicos variam de 23 vacas até 320 animais em lactação. É um setor importante no agronegócio brasileiro e emprega mais de 2 milhões de pessoas.
3. CHINA
O país asiático é um dos líderes mundiais em termos de produção de leite de vaca. Os sistemas típicos de produção oscilam entre 200 animais até 3.900 vacas em lactação. As importações de lácteos equivalem a 16,1% da produção chinesa, que foi de 36,7 mil t, com rebanho de 12,6 milhões de cabeças e produtividade de 2.994 litros/vaca/ano. Apesar do grande crescimento da produção, a disponibilidade de leite por habitante ainda é muito baixa, de apenas 31 litros/ano.
2. ÍNDIA
Em termos de produção total de leite, a Índia lidera o ranking mundial, com 146 mil t, sendo 66,4 mil t somente de vacas, que aumentou 101,5% durante o período analisado. Possui o maior rebanho produtivo, de 45,9 milhões de cabeças, porém a produtividade é menor que a brasileira, de 1.446 litros/vaca/ano.
Cerca de 80% do leite provém de um setor não organizado. Os pequenos produtores, com média de sete vacas, formam o sistema mais típico, apesar de contarem com explorações maiores, média de 143 vacas em lactação. O país é exportador de lácteos, principalmente para o Paquistão, Bangladesh, Emirados Árabes, Nepal, Butão e Afeganistão.
1. ESTADOS UNIDOS
Ocupa o primeiro lugar em produção de leite de vaca, com 93,5 mil t e rebanho de 9,2 milhões de cabeças, o que lhe confere o maior índice de produtividade média por vaca, de 10.150 litros/vaca/ano. As principais regiões produtoras são Califórnia, Wisconsin, Idaho, Nova York e Pensilvânia. Os sistemas típicos, pequenos produtores, possuem média de 80 vacas, e os maiores, 500 vacas em lactação, porém o país conta com grandes fazendas leiteiras de até 15 mil vacas em produção.
Além de uma forte demanda interna, o país exporta o equivalente a 7,8% da produção nacional e importa 4,1%. O destino dos lácteos americanos é principalmente o México, Arábia Saudita e países asiáticos.
Os índices mostram que a produção de leite cresce e se especializa nos principais países produtores, e, mesmo com o Brasil ocupando a quarta posição no ranking mundial, a média do desempenho ainda é baixa, uma das menores entre os TOP 10. Para que o Brasil continue se destacando no leite, os sistemas de produção têm que vencer os desafios e se tornar mais eficientes.