Seguro Pecuário cresce e ganha força no agronegócio

Seguro Pecuário

Seguro Pecuário em expansão no Brasil

O Seguro Pecuário vem ganhando espaço como ferramenta essencial de gestão de risco no agronegócio brasileiro. Em um país que possui quase nove vezes mais animais de abate do que habitantes, proteger esse patrimônio se torna estratégico para garantir segurança alimentar, econômica e financeira.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta com aproximadamente 220 milhões de pessoas e 1,9 bilhão de bovinos, suínos e aves. A estimativa é que o rebanho bovino ultrapasse 234 milhões de cabeças em 2025, reafirmando o protagonismo nacional na produção de proteína animal.

Esse cenário reforça a urgência da adesão ao Seguro Pecuário, que oferece cobertura diante de riscos sanitários, climáticos e logísticos, garantindo estabilidade ao produtor rural e previsibilidade para toda a cadeia produtiva.

Crescimento expressivo do Seguro Pecuário

De acordo com levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o Seguro Pecuário registrou crescimento impressionante nos últimos anos. Entre janeiro e maio de 2025, o produto acumulou alta de 294% em cinco anos, saltando de R$ 16,5 milhões em 2021 para R$ 65 milhões em 2025.

Na comparação anual, a expansão foi ainda mais expressiva: 653,5% de alta, com R$ 170,3 milhões arrecadados em 2024 frente aos R$ 46,9 milhões de 2021. Em relação a 2023, o avanço foi de 72,3%.

Apesar do desempenho, o Seguro Pecuário ainda representa uma parcela pequena do mercado, principalmente por ser uma modalidade relativamente nova no Brasil quando comparada a outros ramos do seguro rural. A principal barreira é a falta de conhecimento dos produtores sobre como o seguro funciona e os benefícios que pode proporcionar.

Coberturas oferecidas ao produtor

O Seguro Pecuário cobre animais destinados ao consumo e produção, abrangendo fases de cria, recria e engorda, além de animais de trabalho. Entre os riscos incluídos estão:

  • morte por doenças ou acidentes;

  • intoxicação alimentar;

  • picada de cobra e raio;

  • ingestão acidental de objetos;

  • complicações no parto e aborto;

  • eutanásia por razões humanitárias;

  • variação negativa do preço do animal, causada por fatores externos à produção.

Com isso, o seguro se posiciona como aliado direto do pecuarista, permitindo mais tranquilidade na gestão dos rebanhos.

Seguro Pecuário como apoio econômico

Além da proteção ao produtor, o Seguro Pecuário fortalece a economia nacional, principalmente em períodos de instabilidade. O recente anúncio dos Estados Unidos de impor tarifa de 50% sobre a carne brasileira trouxe tensão ao mercado exportador. Nesse contexto, a apólice de seguro se torna ainda mais estratégica, pois oferece garantias financeiras que permitem ao pecuarista manter investimentos e acesso ao crédito rural.

Para o país, significa menor necessidade de intervenção governamental em momentos de crise e mais previsibilidade para as exportações de proteína animal, um dos principais motores da balança comercial.

Aliado do produtor moderno

Para Daniel Nascimento, vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), o Seguro Pecuário já se mostra indispensável. Segundo ele, “o seguro protege o rebanho, sustenta a renda em momentos críticos e fortalece a confiança nos negócios agropecuários. Mas ainda é preciso ampliar o conhecimento no campo e incentivar políticas públicas que estimulem sua adoção”.

O avanço do Seguro Pecuário reflete os desafios atuais da agropecuária: mudanças climáticas, pressão por sustentabilidade e exigências crescentes de mercados internacionais. Para manter competitividade, o Brasil precisa de volume e também de estabilidade. Nesse processo, o seguro se torna peça central.

Gestão de risco como prioridade

A intensificação tecnológica da pecuária exige novas ferramentas de apoio. Para os especialistas, a palavra-chave do futuro é “gestão de risco”. Nesse sentido, o Seguro Pecuário surge como um recurso estratégico, agregando segurança à atividade e auxiliando o produtor a enfrentar imprevistos sem comprometer sua permanência no setor.

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