Bubalinocultura avança com pesquisas do IZ e da ABCB

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Bubalinocultura em foco no Instituto de Zootecnia

A bubalinocultura brasileira deu um passo importante em Nova Odessa (SP), durante o 1º Encontro de Bubalinocultura do Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O evento, gratuito e presencial, reuniu pesquisadores, técnicos e criadores para discutir avanços recentes e novas perspectivas para o setor.

Com apresentação de estudos iniciados em 2020, o encontro também trouxe resultados práticos, incluindo relatórios entregues a seis propriedades participantes, além de abrir espaço para novos projetos e parcerias estratégicas que fortalecem a bubalinocultura nacional.

Integração entre ciência e produtores

O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), Simon Riess, ressaltou o caráter histórico do encontro no IZ. Segundo ele, a iniciativa simboliza a união entre ciência e campo. “Foi um momento de integração entre pesquisa e criadores, com apresentação de dados consolidados e definição de novos rumos para a bubalinocultura”, afirmou.

Um dos destaques foi a coleta de DNA de mais de 600 búfalas, considerada uma das maiores iniciativas do gênero no país. O material genético abre novas possibilidades para projetos em reprodução, genética e eficiência produtiva, ampliando a competitividade da cadeia.

Riess destacou ainda o papel de cada elo do setor. “O criador leva suas demandas por meio dos técnicos de campo, a associação organiza essas informações e os centros de pesquisa direcionam soluções. Essa integração envolve também a indústria, completando o ciclo da bubalinocultura”, explicou.

Pesquisas apresentadas no encontro

Entre os estudos debatidos, os avanços em reprodução foram apresentados pelo pesquisador Nélcio Antonio Tonizza de Carvalho. As análises para o Selo de Pureza ficaram a cargo de Rodrigo Giglioti, enquanto a pesquisa sobre kappa caseína foi conduzida por Flávia Fernanda Carneiro Santana.

Esses trabalhos reforçam a importância da ciência aplicada para a valorização da bubalinocultura, contribuindo tanto para o melhoramento genético quanto para a qualidade dos produtos derivados do leite de búfala.

O coordenador do evento, Anibal Eugênio Vercesi Filho, destacou o papel das parcerias institucionais. Segundo ele, a aproximação entre universidades, centros de pesquisa e associações de criadores é essencial para consolidar os avanços e ampliar a adoção de práticas inovadoras no campo.

Selo de Pureza e valorização dos produtos

O Selo de Pureza 100% Leite de Búfala foi um dos temas centrais das discussões. O projeto garante autenticidade e qualidade aos produtos derivados do leite bubalino, agregando valor e reforçando a confiança do consumidor. Para o mercado, a certificação fortalece a imagem da bubalinocultura como segmento diferenciado, com produtos de alto valor agregado e reconhecidos pelo sabor e benefícios nutricionais.

Novas parcerias para a bubalinocultura

O encontro também contou com a presença da Unesp Botucatu, que deverá atuar em parceria com o IZ na primeira prova de eficiência alimentar aplicada à bubalinocultura. A iniciativa tem como objetivo avaliar o desempenho produtivo de búfalos em diferentes condições, contribuindo para aumentar a rentabilidade e a sustentabilidade da atividade.

Segundo os organizadores, o projeto reforça a importância de unir pesquisa acadêmica e demandas práticas do setor. Esse tipo de iniciativa cria indicadores técnicos confiáveis e apoia o desenvolvimento de soluções para os desafios enfrentados pelos criadores.

Bubalinocultura em crescimento no Brasil

A bubalinocultura ocupa um espaço estratégico na pecuária brasileira, tanto pelo leite de búfala e seus derivados, como queijos e iogurtes, quanto pela carne de qualidade diferenciada. Estudos apontam que os produtos bubalinos possuem menor teor de colesterol e sódio, além de maior concentração de vitaminas, o que amplia seu potencial de mercado e competitividade frente aos consumidores preocupados com saúde e bem-estar.

De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), o setor vive um momento de expansão e consolidação. A integração entre ciência, associações e produtores, exemplificada no encontro do IZ, projeta novas fronteiras para a bubalinocultura, reforçando sua importância econômica e social no Brasil.

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