Práticas que asseguram melhorias na reprodução e criação

Cuidados básicos com a vaca gestante influem na produção de colostro e ajudam no desenvolvimento das bezerras, gerando ganhos expressivos. Veja como adotá-los


Por Luiza Maia

O contato do tratador com o rebanho leiteiro é frequente e necessário, embora muitos não saibam a importância que esta interação tem, quando feita de modo positivo, para melhorar o desempenho reprodutivo e reduzir a taxa de mortalidade dos bezerros.

Uma pesquisa de campo feita pelo zootecnista e doutorando Glauber dos Santos, na Esalq-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP, constatou que a falta de conhecimento sobre a realização de manejos adequados para atender à vaca seca e ao bezerro pode reduzir em até 20% a capacidade produtiva e reprodutiva das bezerras.

“Um dos motivos para o baixo desempenho dos animais está em falhas durante o processo de colostragem”, afirma ele, que entrevistou 179 produtores e/ou técnicos, observou as atitudes de 100 tratadores e avaliou a qualidade de 66 amostras de colostros em 62 fazendas de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

A maior parte das fazendas visitadas produz mais de 700 litros de leite por dia e os tratadores já estão na atividade há mais de 15 anos. Técnicas como inseminação artificial e suplementação alimentar são adotadas, o que sinaliza práticas de profissionalização da atividade. A maioria dos entrevistados (70%) concorda que cuidados com higiene e conforto com a vaca seca gestante e com o recém-nascido são importantes durante o período de aleitamento, entretanto, tais práticas são adotadas em apenas 14% das propriedades.

Esses dados comprovam uma realidade precária em muitas fazendas leiteiras no País: a falta de cuidados com a vaca gestante, principalmente no terço final da gestação, o que compromete o desenvolvimento do recém-nascido por complicações durante o parto, provoca a má formação do colostro e ainda reduz a capacidade do bezerro de ingerir colostro nas primeiras horas de vida.

Das amostras de colostro coletadas durante a pesquisa, apenas 22,6% atendiam às recomendações de qualidade nutricional e microbiológica – como a alta concentração de imunoglobulina (acima de 50 mg/ml) e contaminação bacteriana abaixo de 100.000 UFC/ml. “Grande parte dos bezerros na população estudada estava propensa a apresentar falhas na transferência de imunidade passiva e ficou exposta a patógenos quando alimentados com colostro materno”, diz Santos.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 631, de maio 2017

Posts Relacionados

Técnicas de manejo de pastagens fortalecem agricultura familiar no Pará

Dia de campo reúne agricultores de 12 municípios para promover pecuária sustentável Representantes da agricultura familiar participaram do Dia de campo em recuperação e manejo de pastagens para a agricultura...

Nova formulação de Ecegon® reforça eficiência em programas reprodutivos de bovinos

Nova formulação de Ecegon® reforça eficiência em programas reprodutivos de bovinos Para reforçar a eficiência dos programas reprodutivos em bovinos, especialmente na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e na...

Bem-estar animal perde seu maior nome: Mateus Paranhos

A pecuária brasileira e a ciência perdem uma de suas maiores referências. Mateus Paranhos, professor, zootecnista, pesquisador, docente da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV/Unesp – Jaboticabal) e coordenador...