Lançado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o programa quer combater e prevenir os surtos do inseto
No último dia 4 de julho, foi lançado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo um programa de controle e prevenção de surtos da mosca-dos-estábulos. O objetivo é combater o inseto que se alimenta do sangue de animais e tem provocado danos à população e à atividade pecuária paulista.
A ação, que mobilizará as Coordenadorias de Assistência Técnica Integral (Cati) e de Defesa Agropecuária (CDA) da Pasta, foi estabelecida devido ao aumento de surtos no Estado, principalmente em áreas próximas às usinas, devido ao acúmulo de matéria orgânica vegetal, como a vinhaça e a palha da cana-de-açúcar combinado ao manejo inadequado de restos de alimentos e dejetos de animais nas propriedades.
O secretário Arnaldo Jardim destacou a indispensável ação integrada entre a extensão rural e a defesa agropecuária proposta pelo programa. “Os técnicos da Secretaria poderão orientar tanto os produtores rurais como as usinas a estabelecer melhores práticas fitossanitárias, mitigando este problema que tem afetado os rebanhos paulistas e prejudicado a pecuária de corte e leite”, pontuou, lembrando que o programa está alinhado às diretrizes de promover uma agricultura ambientalmente sustentável.
A iniciativa dá sequência às ações realizadas por um Grupo de Trabalho da Secretaria, como estudos para detectar as causas da praga, a realização de treinamentos técnicos para melhorar o manejo dos resíduos orgânicos e a autorização da queima profilática da palha da cana-de-açúcar.
De acordo com o dirigente da Assessoria Técnica da Pasta, José Luiz Fontes, o produtor que detectar a incidência de surto da mosca em sua propriedade deverá comunicar imediatamente os técnicos da Casa da Agricultura de seu município. “O profissional da Secretaria analisará as possíveis causas do surto de moscas, inclusive o entorno da propriedade. Ele também será responsável por informar a situação à Cetesb-Companhia Ambiental do Estado de São Paulo e a prefeitura local, bem como as usinas, confinamentos e granjas”, explicou.
Uma nova análise será realizada quatro dias após a emissão do relatório de atendimento para verificar o resultado das providências. O não cumprimento das determinações, no prazo de 30 dias, acarretará em auto de infração por descumprimento de determinações de ordem sanitária.
De acordo com o médico veterinário Sidney Ezidio Martins, que é diretor do Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de General Salgado e integra o grupo técnico que acompanha o tema, a nova resolução contribuirá na tomada de medidas estratégicas de controle e prevenção para minimizar os prejuízos causados principalmente ao rebanho bovino. “As medidas poderão ser acompanhadas e monitoradas com maior agilidade pelas unidades da Secretaria presentes em todo interior paulista, na adoção de procedimentos e medidas profiláticas adequadas para atender à demanda emergente dos pecuaristas”, afirmou Martins.
Recomendações – Os responsáveis pelas propriedades que contribuem para a proliferação da mosca receberão orientações do técnico da Secretaria sobre as medidas sanitárias. Para eliminar as larvas em propriedades que utilizam a torta de filtro, por exemplo, o produtor deverá revolver o material no mínimo duas vezes por semana para obter uma mistura homogênea, delimitar em 1,5 m a altura das leiras, regular o equipamento para revolver a torta de filtro desde o nível do solo.
Já os produtores que utilizam a cama de frango ou outros tipos de adubo orgânico deverão cuidar para que não haja acúmulo de material orgânico ou umidade, revolver o material pelo menos duas vezes ou utilizar lona vedada, aplicar larvicidas adequados para uso em áreas de pecuária e limitar a alturas das leiras.
Os estabelecimentos que geram e utilizam a vinhaça, como no caso das usinas, também serão orientados a tomar as seguintes práticas para evitar a proliferação: suspender a aplicação de vinhaça em locais encharcados por chuvas ou prévias aplicações do material, eliminar as poças no período máximo de 48 horas, por meio de escarificação do solo ou outro método e aplicar cal ou calcário nos locais onde ocorreram os empoçamentos.
Para evitar novos focos do inseto, a Secretaria orienta os produtores de todas as áreas com atividade pecuária para que tomem algumas precauções. São elas:
– eliminar o acúmulo de matéria orgânica, principalmente esterco e camas de animais;
– manejar adequadamente o sistema de compost barn e similares;
– limpeza sistemática de dejetos animais e resíduos alimentares;
– evitar o acúmulo de umidade próximo a locais de armazenamento de resíduos e dejetos;
– realizar a drenagem do terreno;
– eliminar o vazamento nos bebedouros e reservatórios de água utilizar armadilhas e outros métodos para controle; e
– manter as áreas sempre limpas, evitando o acúmulo de fezes e urina nos estábulos.
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Texto de Paloma Minke, Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo