Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 640, de março 2018
Em busca dos melhores índices zootécnicos do rebanho, com o menor custo possível, criador de Jersey do Paraná é premiado com remuneração e reconhecimento
Por Romualdo Venâncio
No ano passado, a produção total de leite do Sítio do Urso, em Carambeí-PR, chegou a 2 milhões de litros, com preço médio de R$ 1,46 por litro. O ponto alto dessa remuneração veio nos últimos três meses de 2017. “Foi quando recebemos o melhor preço da região”, diz Francisco Bastos de Miranda, dono da propriedade e cooperado da Frísia Cooperativa Agroindustrial. Tal resultado está diretamente relacionado à qualidade da produção das 250 vacas Jersey que ele tem em ordenha, consequência de seu cuidado com sanidade, manejo, melhoramento genético, alimentação, infraestrutura e gestão da fazenda como um todo. Isto lhe valeu também, pela segunda vez, o primeiro lugar do prêmio “Qualidade do Leite Começa Aqui!”, da Tortuga / DSM, na categoria “Quantidade + Qualidade do Leite” para a raça Jersey.
Os índices zootécnicos dão uma ideia do padrão de qualidade do leite produzido no Sítio do Urso. Segundo o criador, a composição de sólidos chega a 4,70% para gordura e 3,85% para proteína. Em média, a contagem de células somáticas (CCS) ficou em 150 mil células/ml, enquanto a contagem bacteriana total (CBT) foi de 8 mil UFC/ml. Apenas como parâmetro de comparação, nos 212 milhões de litros coletados pela Frísia em 2017, a média de CCS chegou a 253 mil células/ml, já a de CBT foi semelhante à registrada por Miranda. “São indicadores que demonstram a qualidade do leite, e somos referência neste quesito tanto na região como no Brasil como um todo”, comenta Jefferson Pagno, coordenador de Pecuária de Leite da cooperativa.
Pagno acrescenta que essa condição vem sendo alcançada com o apoio de ferramentas que auxiliam os produtores na gestão da fazenda, tanto nas questões zootécnicas como na parte financeira. “Temos uma parceria com a Clínica do Leite da Esalq/USP, em Piracicaba-SP, e, há dois anos, passamos a trabalhar com o Sistema MDA”, afirma o coordenador. Ele diz ainda que a partir daí conseguiram aplicar nas fazendas conceitos utilizados por grandes empresas de sucesso. “O Francisco é um exemplo. Está no processo desde o início e estabelecemos uma relação de “ganha-ganha”, buscando a sustentabilidade da produção. É bom para o criador e é bom para a Frísia. O planejamento estratégico contribui ainda para amenizar o impacto de períodos de crise, como ocorreu no segundo semestre do ano passado”, analisa.
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