Na maior parte do território nacional, as fazendas, principalmente as de criação de raças mais sensíveis, como rebanho leiteiro, taurino ou mestiço, precisam conviver com parasitas durante todo o ano
Por Ingo Mello e Francisco de Paula Jardim Alves Branco
Com o maior rebanho bovino produtivo do mundo, com mais de 214 milhões de cabeças (IBGE 2018), o Brasil também é protagonista em condições ambientais favoráveis à presença de parasitas, que causam prejuízos sanitários e econômicos: tem grandes áreas tropicais e subtropicais e clima quente e úmido.
O destaque dentre os parasitas, segundo 53% dos criadores brasileiros de gado, é o carrapato bovino Rhipicephalus (Boophilus) microplus. É o que mais preocupa nos sistemas de criação,
sendo considerado um dos ectoparasitas de maior importância econômica na pecuária.
Em decorrência do parasitismo pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, os produtores sofrem prejuízos diretos devido à perda de peso dos bovinos, baixa produção de leite, falhas reprodutivas, lesões na pele (o que favorece a ocorrência de miíases e diminui a qualidade do couro) e transmissão de patógenos (Babesia bovis, Babesia bigemina e por Anaplasma marginale). Como despesas indiretas são contabilizados os gastos com medicamentos e mão de obra, além do risco de perder espaço no mercado externo por barreiras sanitárias.
Os danos causados por ecto e endoparasitos foram contabilizados em US$ 13,96 bilhões/ano no Brasil. Somente os custos para o controle do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus foram de US$ 3,24 bilhões/ano; convertido para a moeda nacional, o rombo é de cerca de R$ 12 bilhões.
A redução produtiva por infestações no rebanho leiteiro pode chegar a 3%, o que representa uma diminuição de até 90,24 litros por vaca em lactação. No total, as perdas chegam a R$ 3,4 bilhões por ano. Quanto mais especializada e produtiva a vaca for, mais ela sentirá os danos das infestações por carrapatos.
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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 650, de fevereiro 2019