Flávia Tonin
Dupla-aptidão é a capacidade de um mesmo animal produzir carne e leite. Há ainda quem questione essa característica, torcendo o nariz e dizendo que esse tipo animal não se especializa nem lá, nem cá. No Brasil, a realidade amadurecida da raça Simental contesta a crítica com dados de produção e comprova que a ‘máxima’ da dupla-aptidão pode ser bem lucrativa se devidamente trabalhada. “O segredo está na definição do objetivo e na escolha linhagem que melhor atenderá a esse princípio”, explica Alan Fraga, presidente da Associação Brasileira de Criadores das Raças Simental e Simbrasil (ABCRSS).
Presente nas mais diversas partes do mundo, a Simental é a segunda maior raça em número de animais do globo terrestre, superada apenas pela Holandesa. A Simental tem linhagens suíça, alemã e austríaca com características importantes para o leite. Há a francesa, chamada de Montbeliard, também reconhecidamente leiteira, e ainda a sul-africana e a linhagem brasileira, que se multiplicou aqui a partir da década de 1950.
Nesse caminho de seleção, houve especialização para determinada aptidão, porém sem perder vantagem na segunda característica. Por exemplo, para o leite, os dados que mostram que animais puros ou com sangue Simental conseguem ter lactações superiores a 9.000 quilos de leite na primeira cria, mantendo persistência produtiva por mais de 300 dias, sem perder na colocação de carne na carcaça dos animais. É alta produção, como também bezerros pesados para o corte. Isso permite uma renda extra com a venda de machos e de fêmeas de descarte. Caso a opção seja para linhagens de corte, haverá a produção da bezerrada pesada, com mães de produção de leite superior, criando bem o bezerro e sendo uma opção valorizada como receptora.
Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 654 (junho/2019)