Implantação da tecnologia visa obter informações sobre a saúde dos animais e bem-estar, levando transparência ao consumidor de como o rebanho é manejado
Até o final de 2020, fazendas paulistas produtoras de leite orgânico, que fornecem para a Neslté, terão 100% do rebanho monitorado pelo SenseHub da Allflex. O dispositivo eSense é um brinco com sensor de monitoramento que fornece informações sobre as principais atividades que expressam o comportamento natural das vacas. A iniciativa integra o Projeto Cowsense da Nestlé, que atualmente conta com produção de 30 mil litros por dia, nas regiões de São Carlos e Araçatuba (SP) e, até o fim do ano que vem deve atingir a marca dos 42 mil litros.
“Com o SenseHub, o produtor pode obter informações precisas sobre a condição do animal e tomar decisões assertivas sobre a gestão do rebanho, com mais eficiência. É possível acompanhar as vacas de forma individual, permitindo correlacionar dados de ruminação, atividade, ofegação e se antecipar aos problemas de saúde e identificação de estresse térmico, por exemplo”, explica o gerente de monitoramento Latam da Allflex, Luciano Lobo.
O sistema de monitoramento animal da Allflex funciona por meio de sensores, que utilizam inteligência artificial e fazem a captação de dados em tempo real. As informações de atividade, tempo comendo e ruminando e a taxa de ofegação de cada animal, são armazenadas em nuvem. “Todos esses dados disponíveis numa plataforma online para acesso via computador, celular ou tablet”, completa Lobo.
A gerente técnica e comercial de monitoramento da Allflex, Brenda Barcelos, que acompanha a implantação dos sistemas nas fazendas que integram o Projeto Cowsense explica que um exemplo de indicador de bem-estar das vacas é a taxa de ruminação. “O sistema de monitoramento acompanha a ruminação e mede a curva de atividade dos indicadores em tempo real. Se tiver qualquer variação nos resultados é possível saber se o animal está bem, em cio ou com algum problema de saúde, permitindo a intervenção antes que ela possa ficar doente, se for o caso”, explica.
Leite orgânico em larga escala – De acordo com a gerente da área de Desenvolvimento do Fornecedor da Nestlé, Bárbara Sollero, foram três anos de investimentos da companhia no desenvolvimento de toda a cadeia de produção de leite orgânico em larga escala no Brasil. “A iniciativa integra um projeto em parceria global com a Allflex. Por meio dele, levamos total transparência ao consumidor no sentido de mostrar como os animais estão sendo tratados. Aos produtores, mostramos como é possível produzir leite orgânico em larga escala com o uso de tecnologias, tendo o sistema de monitoramento animal como um aliado”, enfatiza.
Para estarem habilitados à produção de leite orgânico e integrarem o Projeto Cowsense, os produtores precisam atender a critérios como pasto sem a utilização de adubo químico ou defensivos. “A alimentação dos animais também deve ser com orgânicos e não transgênicos e o tratamento de saúde deve ser, via de regra, com homeopatia e fitoterápicos. Em média, são 18 meses para a conversão de pasto e adequação da estrutura da fazenda para que ela se torne orgânica”, aponta a gerente.