Ao mesmo tempo em que cresce a produção de leite no Sul, aumenta a oferta de serviços terceirizados para produção de silagem e de feno
Não é à toa que a produção de leite no Rio Grande do Sul cresce a uma taxa de 7% ao ano. É observada, nos últimos 10 anos, constante intensificação dos sistemas de produção. A oferta de volumoso nos períodos críticos do ano, que sempre foi um gargalo pelo clima extremo no inverno e no verão, cresce graças à terceirização da produção de silagem, pré-secado e feno.
Veio a novidade e com ela as ensiladeiras autopropelidas de grande porte e demais maquinários modernos que fazem o serviço muito mais rapidamente e, de quebra, com melhor qualidade. O trabalho é executado tanto por pequenas empresas que se especializaram ou por grupo de produtores que adquiriu os equipamentos em conjunto, mas superdimensionados para as suas necessidades.
Segundo o pesquisador na área de nutrição de ruminantes da Embrapa Clima Temperado, Jorge Schafhauser, localizada em Pelotas-RS, a prática de terceirização de volumosos ganha espaço porque reduz o trabalho penoso de ensilar e fenar e otimiza o rendimento da mão de obra, que anda cada vez mais escassa no Rio Grande do Sul. “Esse movimento tem contribuído para aliviar os picos de escassez de volumoso no Estado”, diz.
A terceirização também ganha novos adeptos porque o tamanho das propriedades envolvidas na produção de leite no Rio Grande do Sul – 95% enquadradas no perfil de agricultura familiar, segundo levantamento feito em 2015, pelo Instituto Gaúcho do Leite e Emater – não comporta aquisições de bens de capital de alto custo.
“Não sendo o dono do maquinário, o produtor não arca com o investimento e com a depreciação, além de ter mais tempo para se dedicar a questões mais relevantes para a atividade, como gestão e sanidade”, acrescenta o zootecnista e assistente técnico estadual em Sistemas de Produção Animal da Emater/RS-Ascar, Jaime Ries.
Leia a íntegra desta reportagem na edição Balde Branco 619, de maio de 2016