No Mato Grosso, até o final da primeira quinzena de junho, 16,9% da área semeada com milho na segunda safra havia sido colhida, segundo informações do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea)
O clima tem colaborado para o avanço dos trabalhos, que estão adiantados frente à temporada passada, quando, no período, 6,2% do milho fora colhido no Estado. O clima foi favorável também durante o desenvolvimento das lavouras, e as boas expectativas com relação aos rendimentos médios têm sido confirmadas, conforme avançam os trabalhos no campo. A estimativa é de uma produtividade média de 107 sacas por hectare em Mato Grosso em 2018/19, frente as 99,6 sacas, em média, na safra passada. A situação neste ciclo fica ligeiramente atrás de 2016/2017, quando a produtividade média foi de 107,1 sacas, o melhor resultado até então. No entanto, os números da safra atual poderão ser revisados para cima nos próximos relatórios. No Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), 21,0% da área de milho de segunda safra foi colhido até meados de junho. Assim como no Centro-Oeste, os trabalhos têm avançado dentro do esperado e a situação das lavouras no Estado é positiva, sendo 85,0% em boas condições, 14,0% em condições medianas e apenas 1,0% em condições ruins.
Com relação à produtividade média, a expectativa é de um aumento de 37,5% na safra paranaense este ano (segunda safra) em comparação com a temporada anterior. Por fim, apesar do avanço da colheita e previsão de aumento da produção nacional, os preços estão firmes no mercado interno.
Milho: preços firmes no Brasil acompanhando a situação nos EUA
O clima adverso e os atrasos na semeadura nos Estados Unidos deram sustentação aos preços do milho nos mercados internacional e brasileiro. No entanto, a colheita da segunda safra em andamento no Brasil e a confirmação das expectativas positivas com relação às produtividades das lavouras têm limitado as altas de preços.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas-SP, a saca de 60 kg foi negociada entre R$ 37,00 e R$ 38,00, sem o frete, no final de junho, frente a negócios pontuais em até R$ 39,00 por saca no final do mês anterior. Em curto e médio prazo, considerando um cenário mais dentro da normalidade para o câmbio e situação um pouco melhor para a safra 2019/2020 nos Estados Unidos, existe espaço para recuos nos preços, em reais, com o avanço da colheita e maior disponibilidade interna.
Recuos nas cotações da polpa cítrica peletizada
Os preços da polpa cítrica estão em queda desde maio deste ano, devido ao início da safra de laranja e aumento da oferta do insumo no mercado interno. A expectativa de uma maior produção este ano colabora com a pressão de baixa.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonelada da polpa cítrica ficou cotada, em média, em R$ 409,00 em São Paulo, sem o frete, em junho. Houve queda de 5,3% em relação ao mês anterior e, em comparação com junho do ano passado, o alimento concentrado está custando 22,8% menos este ano.
Em curto e médio prazo, as recentes altas do milho e o aumento da procura por polpa cítrica podem dar sustentação aos preços da polpa cítrica no mercado interno. De qualquer forma, os patamares de preços este ano deverão ficar acima dos registrados no ano passado.
Conab revisa para cima a produtividade do milho de segunda safra
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou em junho o nono levantamento da safra brasileira de grãos 2018/2019. Com relação ao milho de segunda safra, a Conab revisou para cima a produtividade (1,8%) e área (0,4%) na temporada atual, frente ao relatório de maio. Com isso, a expectativa é de aumento de 2,2% na produção brasileira frente ao volume estimado no levantamento anterior. São esperadas 70,67 milhões de toneladas do cereal na segunda safra, frente as 69,14 milhões de toneladas do último relatório. Na comparação com a safra 2017/2018 a alta é de 31,3%, o que representa 16,77 milhões de toneladas a mais no ciclo atual.
Panorama do mercado de fertilizantes
A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) divulgou em meados de maio deste ano o volume de fertilizantes entregues no Brasil em dezembro de 2018. Foram 2,37 milhões de toneladas no último mês do ano passado, ou 0,5% mais que no mesmo período de 2017.
Com isso, no acumulado de 2018 foram entregues 35,51 milhões de toneladas de adubos no País, 3,1% acima do recorde registrado em 2017 (34,44 milhões de toneladas). Para 2019, a expectativa da Scot Consultoria é de que as entregas totalizem entre 35 milhões e 35,50 milhões de toneladas, ou seja, ligeiramente abaixo do registrado em 2018.
As quedas nos preços do milho e da soja nesta temporada 2018/2019 e as recentes altas nas cotações dos adubos no mercado interno poderão refletir sobre a demanda por fertilizantes na próxima safra (2019/2020), cuja semeadura tem início em setembro/outubro deste ano.
Com relação aos preços, a maior movimentação no mercado interno para as compras na temporada 2019/2020 e as valorizações pontuais do dólar (chegou a R$4,10 em meados de maio) puxaram para cima os preços dos fertilizantes pelo segundo mês consecutivo.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, os adubos nitrogenados subiram, em média, 0,9% em maio, frente a abril deste ano. Para os fertilizantes potássicos e fosfatados, as altas foram, respectivamente, de 0,6% e 0,9%, no mesmo período.
Em curto e médio prazo, ou seja, até julho/agosto a expectativa é de boa movimentação no mercado de fertilizantes. Com isso, os preços deverão seguir firmes no mercado interno, em reais. O câmbio também terá papel importante na precificação do insumo nos próximos meses. Lembrando que depois das fortes valorizações, o dólar recuou para patamares abaixo de R$ 3,90, o que poderá limitar as altas no mercado interno.
Preço do leite longa vida caiu no atacado em junho
Foi observado um mercado mais frouxo para os derivados do leite na primeira quinzena de junho. Em comparação com o fechamento do mês anterior, os preços dos lácteos caíram 0,4% no mercado atacadista, considerando a média de todos os produtos e estados cotados pela Scot Consultoria.
Para o leite longa vida (UHT), a queda foi mais acentuada nas indústrias, de 3,6% no mesmo período. O leite longa vida fechou cotado, em média, em R$ 2,59/litro. Esse recuo de preços no atacado, mesmo com a produção da matéria-prima (leite cru) em queda, está atrelado à dificuldade de os laticínios escoarem a produção em patamares de preços mais altos.
No varejo, em São Paulo, o cenário foi de praticamente de estabilidade, com queda de 0,1% na primeira metade de junho, frente à quinzena anterior, na média de todos os produtos lácteos cotados. Para a segunda quinzena de junho, a expectativa é de que o mercado continue mais frouxo, tanto no varejo como no atacado, em decorrência do consumo mais enfraquecido, normalmente, observado na segunda metade do mês.
Outro fator que contribui para esse cenário é o início das férias escolares no final de junho, que em uma época de consumo deixando a desejar é mais um fator que pode pressionar o mercado negativamente. Por fim, o incremento de produção da matéria-prima (leite cru) no sul do País, importante bacia leiteria nacional, também poderá contribuir com esse cenário de preços mais frouxos.