O preço do leite captado em março/22 e pago aos produtores em abril/22 subiu 9,8% frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,4269/litro na “Média Brasil” líquida do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve aumento de 10,3%, em termos reais. Desse modo, desde janeiro, o leite no campo acumula valorização de 10,9% (valores deflacionados pelo IPCA de março/22).
O avanço do preço do leite ao produtor é consequência da diminuição da produção no campo, o que, por sua vez, está atrelada ao aumento nos custos de produção e ao período de entressafra. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 0,5% de fevereiro para março e já acumula recuo de 4,5% desde março/21.
De um lado, a menor disponibilidade de pastagens, devido à estação do ano, eleva os custos da alimentação do rebanho, o que provoca a alta sazonal dos preços do leite no campo. Contudo, neste ano, o encarecimento dos insumos produtivos tem corroído as margens do pecuarista leiteiro, limitando os investimentos na atividade e diminuindo o potencial de oferta. De acordo com pesquisa do Cepea, o Custo Operacional Efetivo (COE) da produção leiteira acumulou alta de 4,07% no primeiro trimestre de 2022.
"O avanço do preço do leite ao produtor é consequência da diminuição da produção no campo, o que, por sua vez, está atrelada ao aumento nos custos de produção e ao período de entressafra"
Durante março, a menor oferta no campo manteve acirrada a disputa entre os laticínios pela compra de leite cru, uma vez que os estoques de lácteos estiveram limitados. Essa competição sustentou o movimento altista para o leite cru naquele mês.
O acompanhamento do Cepea do mercado do leite spot (leite negociado entre indústrias) evidenciou esse contexto de maior concorrência. O preço médio do leite spot em Minas Gerais avançou 15,4% entre a primeira e a segunda quinzena de março, chegando a R$ 2,95/litro. E os preços continuaram subindo em abril. Na primeira quinzena deste mês, a média foi de R$ 3,01/litro e, na segunda quinzena, de R$ 3,02/litro.
Consequentemente, a produção dos lácteos seguiu encarecida em março, forçando novos reajustes positivos nos preços dos produtos negociados entre as indústrias e os canais de distribuição. Pesquisa do Cepea, realizada com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), mostra que os valores médios dos leites UHT e em pó em São Paulo subiram mais de 13% entre fevereiro e março, e a cotação da muçarela se elevou em 7,5%.
PREÇOS RECEBIDOS EM ABRIL PELO VOLUME CAPTADO EM MARÇO | |||||||||
Preços líquidos – não contém frete e impostos. Valores nominais. | |||||||||
BA | GO | MG | SP | PR | SC | RS | BRASIL | ||
fev/22 | 1,8369 | 2,1207 | 2,1784 | 2,1765 | 2,1167 | 2,0631 | 1,9992 | 2,1397 | |
mar/22 | 1,9158 | 2,2382 | 2,2403 | 2,2386 | 2,1871 | 2,1481 | 2,0796 | 2,2104 | |
abr/22 |
| 2,5037 | 2,4671 | 2,3299 | 2,4196 | 2,3454 | 2,2613 | 2,4269 | |
variação mensal | 7,47% | 11,87% | 10,12% | 4,08% | 10,63% | 9,18% | 8,74% | 9,79% |
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