Pesquisadores reunidos na Alemanha avaliam custos do setor, fazem comparações e mostram tendências como a crescente produção de energia e o uso do smartphone nas propriedades

Por Luiz H. Pitombo

Calcula-se que em 2016 existiam perto de 120 milhões de propriedades leiteiras ao redor do mundo, das quais 73 milhões somente na China. Esse número já foi maior mas, após uma fase de aumentos constantes, passou a declinar a partir de 2014, perto de 1,5% ao ano. No entanto, a produção não se reduziu, em função da maior escala e profissionalização de parte das fazendas. No ano passado, porém, em consequência do recente ciclo de baixa remuneração ao produtor e dos preços internacionais registrou-se o menor crescimento da produção mundial de leite, desde 1998. Na última década, a média era de 2,3% ao ano, enquanto em 2016 foi de 1,1%, totalizando 847 milhões de toneladas.

Esses e outros da¬dos foram apresentados na conferência anual da Rede Internacional de Comparação de Fazendas (IFCN, na siga em inglês), entidade de estudo e pesquisas com sede em Kiel, ao norte da Alemanha, que é custeada por empresas e organismos do setor leiteiro. Esta 18ª reunião, que aconteceu entre os dias 10 e 14 de junho, trouxe 98 participantes de 43 países, que a partir de metodologias padronizadas de coleta e apresentação de dados, realizaram análises e comparações buscando um melhor entendimento e desenvolvimento do setor.

As análises do IFCN apresentadas em 2017 referentes ao ano passado também mostram que a média mundial de vacas por propriedade, que estava em 2012 em 2,9 cabeças, passou para 3,2. Mas esses números variam bastante a depender da região. Por exemplo, de 1,9 no Sudeste Asiático até 363,5 vacas por propriedade na Oceania.

Nas áreas em que predominam as fazendas menores tem sido observado, como no Sul da Ásia, que ocorre um aumento no número de propriedades que possuem entre 2 e 30 vacas, na Europa Oriental e em países da ex- União Soviética cresce o número de propriedades na faixa de 10 a 100 cabeças e as acima de 1.000 vacas, enquanto na América La¬tina o aumento vem da¬quelas na faixa entre 30 e 300 vacas. Já em outro grupo de regiões, como o da Europa Ocidental, o maior incremento de participação é de fazendas com 100 a 1.000 vacas; nos Estados Unidos, das acima de 1.000 cabeças e na Oceania o maior aumento tem sido naquelas com 300 a 1.000 vacas.

O engenheiro agrônomo Lorildo Stock, da Embrapa Gado de Leite, que esteve presente em quase todos os encontros do IFCN, levou em 2017 como representativas da produção nacional quatro tipos diferentes de fazendas escolhidas a dedo nas duas principais regiões produtoras, a Sul e Sudeste. Neste ano, conta que introduziu uma nova do Paraná, da região de Castro, que considera um bom modelo do que poderá se tornar uma eficiente propriedade nacional e onde obteve um perfil com excelente qualidade de dados.

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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 634, de agosto 2017

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