Guaraciaba é um município do Extremo Oeste catarinense com quase 11 mil habitantes. A agricultura é um dos pilares de sua economia, apesar de contar com apenas 20% de área plana. O restante é classificado como área montanhosa ou ondulada.
Essas características se unem ao desejo das famílias rurais locais de promover uma agricultura sustentável. Desta forma, a Epagri prioriza no município ações de conservação do solo e água. No dia 13 de agosto esse tema foi abordado no Dia de Campo realizado na propriedade da Família Steffen.
Os Steffen produzem, de forma integrada, leite e culturas anuais, há mais de 50 anos. Eles priorizam práticas conservacionistas do solo, como o uso de plantas de cobertura, implementação de terraços, cultivos em nível e manejo de dejetos orgânicos.
Dia de Campo
Tudo isso foi apresentado aos participantes do Dia de Campo. Compareceram agricultores, estudantes da Casa Familiar Rural, lideranças e técnicos de instituições locais.
Elias Roque Kovalski é extensionista rural da Epagri em Guaraciaba e coordenou o evento. Ele afirma que ações em conservação do solo e da água são prioridades no município. Segundo ele, o objetivo da Epagri é “motivar e orientar as famílias rurais a cuidar solo, como maior patrimônio das propriedades”. Tais ações garantem a estabilidade das produções agrícolas de forma sustentável”.
Áurea Gasperin Facco, extensionista social da Epagri no município, conta que a família Steffen compreende e pratica ações na dimensão social. Eles atuam na organização dos arredores e na produção de alimentos saudáveis, integrados à conservação do solo e da água, para promover a qualidade de vida da família.
O extensionista rural Clístenes Antônio Guadagnin, da Gerência Regional da Epagri de São Miguel do Oeste, entende que atividades como o Dia de Campo são importantes para que os agricultores verifiquem na prática a priorização dos princípios da agricultura conservacionista. Entre estes princípios estão a mínima mobilização do solo e a sua cobertura permanente. Também se destacam a rotação de culturas e o uso de terraços agrícolas. “Todo esse cenário de manejo conservacionista, praticado pela família Steffen, mantém e melhora os indicadores de qualidade física, química e biológica do solo e garante a sustentabilidade dos sistemas agropecuários”, pondera Clístenes.
Escolha da planta de cobertura
Leandro do Prado Wildner, pesquisador da Epagri, ressalta a importância da escolha da melhor planta para usar como cobertura de solo. Segundo ele, é fundamental verificar sua adaptação às condições locais. Para tanto, é necessário levar em consideração características como velocidade de crescimento inicial, eficiência na cobertura do solo, capacidade de reciclagem de nutrientes, profundidade e desenvolvimento das raízes. Também é importante considerar a produção de fitomassa, resistência à seca e geada, baixo nível de ataque de pragas e doenças, tolerância à baixa fertilidade e capacidade de adaptação a solos degradados. Outra questão a atentar é que a planta não pode ter comportamento de invasora.
O pesquisador da Epagri Júlio César Ramos lembra que as estratégias de manejo do solo devem promover a melhoria da qualidade estrutural e dos indicadores de resistência à erosão hídrica. “Os desafios para mitigar a erosão e conviver com os impactos de eventos climáticos extremos exigem soluções integradas nos diferentes tipos de solos e sistemas de cultivo associados ao manejo conservacionista”, destaca.
Fonte: Epagri