Dia Mundial do Leite: confira os 7 principais desafios da produção

Por *Elissa Forgiarini Vizzotto é zootecnista, doutora em Nutrição e Produção de Ruminantes e consultora técnica Bovinos de Leite da Premix

No Dia Mundial do Leite, comemorado em 1º de junho, a pecuária leiteira brasileira se destaca pela sua amplitude territorial e diversidade de sistemas de produção, que variam de operações de baixa tecnificação a propriedades de alta performance. 

Essa heterogeneidade tecnológica, no entanto, define os desafios enfrentados em cada fazenda, podendo levar à ineficiência e, em casos extremos, ao abandono da atividade.

Os principais problemas consistentemente identificados em fazendas brasileiras que afetam a produtividade e a rentabilidade do setor incluem:

Nutrição inadequada e seus impactos

A baixa oferta de energia e/ou proteína compromete a conversão alimentar, impactando diretamente a produção de leite e o ganho de peso. Dietas deficientes mobilizam reservas corporais, prejudicando a produção, a reprodução e o escore de condição corporal das vacas. A qualidade do pasto e das silagens é crucial para evitar essa limitação.

Intervalo entre partos elevado e DEL médio

O intervalo entre partos (IEP) longo, acima de 12,5 meses, resulta em menor taxa de natalidade, aumento dos custos de reposição e mais dias de vacas sem produção. Monitorar o DEL (Dias em Lactação) médio é vital; um DEL entre 150 e 180 dias é ideal para rebanhos lucrativos e reprodutivamente eficientes, assegurando que a maioria das vacas esteja nos estágios mais produtivos.

Qualidade do leite e saúde da glândula mamária

O teste do alizarol é fundamental para a triagem da qualidade do leite. Leite ácido ou alcalino (fora dos parâmetros da IN 77) não é aceito pela indústria, gerando perdas. Enquanto o leite ácido pode estar ligado ao colostro, o leite alcalino frequentemente indica mastite, problemas de imunidade, falhas sanitárias na ordenha ou falta de terapia da vaca seca, práticas essenciais para a saúde do úbere.

Estresse térmico

Fatores ambientais como temperatura, umidade e radiação solar influenciam a zona de conforto térmico. O estresse térmico por calor reduz a ingestão de alimentos, impacta a produção (em até 20%) e qualidade do leite, prejudica a reprodução e aumenta a incidência de doenças. Rebanhos de alta produção são mais sensíveis, exigindo um Índice de Temperatura e Umidade (ITU) abaixo de 68.

Escala, planejamento e compra de matérias-primas

 

A produção individual de leite por vaca está diretamente ligada à margem líquida por hectare, otimizando o uso de recursos. A falta de escala na compra de matérias-primas eleva os custos. Um planejamento alimentar estratégico é crucial para monitorar o consumo e reduzir despesas, permitindo ao produtor aproveitar melhores condições de mercado.

Falta de dados zootécnicos

A ausência de dados zootécnicos impede a identificação de falhas e a aplicação eficaz de tecnologias. Embora softwares auxiliem na coleta, a dificuldade reside em transformar dados em informações acionáveis para a tomada de decisão estratégica.

Problemas de casco

As afecções de casco estão entre as principais causas de claudicação (60%) e geram perdas significativas (até 20% na produção de leite). Elas também afetam a eficiência reprodutiva, aumentam a incidência de mastite e os custos com tratamentos. Junto com a nutrição, a saúde da glândula mamária e os problemas reprodutivos, as enfermidades de casco são as maiores causas de perdas econômicas na pecuária leiteira, exigindo atenção constante para a saúde e sustentabilidade dos rebanhos.

No Dia Mundial do Leite, celebrar é também uma forma de refletir. Para superar os desafios da produção é essencial garantir um futuro mais eficiente, rentável e sustentável para a pecuária leiteira brasileira.

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