É necessário fazer a limpeza de corredores e instalações por onde o animal transita, deixando essas áreas livres de esterco e umidade

SAÚDE DOS CASCOS

Doenças de Cascos

Melhor arma é a prevenção

As afecções podais, quando não tratadas preventivamente, podem roubar até 40% da capacidade produtiva das vacas leiteiras. Saiba como sanar esse problema na propriedade

Erick Henrique

Uma prática que sofre grande resistência por parte de muitos produtores é a realização do casqueamento no rebanho leiteiro. Essa resistência, entretanto, é considerada um grande equívoco pelos especialistas, pois esse manejo tem como principal objetivo prevenir doenças dos cascos nos bovinos. A introdução do casqueamento preventivo permite restabelecer a forma e as proporções normais dos dígitos dos animais, restaurando a posição dos membros e favorecendo uma distribuição equilibrada do peso do animal, além de outros problemas que afetam diretamente a produtividade das vacas.

Quem descreve como as lesões de casco interferem negativamente na vida dos animais leiteiros, com base nos resultados de produtividade das fazendas, é o médico veterinário Gleison Moras, de Três Tílias (SC), que atende produtores nas principais bacias leiteiras dos três Estados do Sul do País, ao lado de seu sócio e casqueador, Marcos Schneider. Eles prestam esse serviço para cerca de 7 mil a 8 mil animais por ano.

“Apesar de haver, pelo menos nos últimos sete anos, uma evolução na conscientização do pecuarista, ainda existem muitas fazendas que confinam os animais e não têm uma rotina de casqueamento preventivo para evitar o surgimento das afecções podais. Dessa forma, ainda há um trabalho muito grande a ser feito na área de podologia bovina, em razão de existir propriedades descartando vacas leiteiras por problema de casco. No entanto, provavelmente, se houvesse o tratamento preventivo logo no início, esses animais seriam salvos”, alerta Moras.

Na avaliação do especialista, um animal claudicando chega a perder em torno de 30% a 40% de sua capacidade de produção de leite, sem contar todas as outras perdas. Isso porque, dependendo do grau da lesão, o animal não vai se alimentar direito, a vida reprodutiva será afetada e, quando a vaca está com uma lesão muito grave, é bem possível que seja descartada. Ou seja, esse problema gera um grande impacto no sistema de produção.

Para Moras, apesar de ser um problema multifatorial, as afecções de cascos não são difíceis de combater. Todavia, quando o problema já está instalado dentro da propriedade, são identificadas as vacas com lesão, aí a situação é um pouco mais complicada, mas não impossível de se resolver.

"Ainda há muitas fazendas que confinam os animais e não têm uma rotina de casqueamento preventivo para evitar o surgimento de afecções podais" Gleison Moras

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