Embrapa Gado de Leite e Embrapa Solo trabalharão em conjunto para desenvolver projeto voltado para sustentabilidade da agropecuária
Representantes da Embrapa Gado de Leite e da Embrapa Solos estiveram reunidos no último dia 8 de maio, no Campo Experimental Santa Monica, para a criação do Nisa-Núcleo em Intensificação Sustentável da Agropecuária no Bioma da Mata Atlântica. Os chefes gerais das duas unidades, Paulo do Carmo Martins e Daniel Peres, assinaram o termo de compromisso que irá orientar as ações do Núcleo.
Segundo Peres, o Nisa surgiu da necessidade da Embrapa Solos estreitar os laços com outras unidades da Empresa, suprindo uma carência daquela unidade: a ausência de campo experimental para a realização de suas pesquisas. Por meio da parceria, a Embrapa Gado de Leite disponibiliza o campo experimental para o desenvolvimento de pesquisas conjuntas com a Embrapa Solos.
Os estudos para a criação do Nisa tiveram início em dezembro de 2015, avançando rapidamente. Um dos objetivos principais do Nisa é o compartilhamento de recursos no desenvolvimento das ações de pesquisa. “Trata-se de um exemplo efetivo de parceria público/público, que poderá servir de modelo para outras unidades da Embrapa”, diz Martins. Peres afirma que esta iniciativa atende plenamente os objetivos da Embrapa”.
Na cerimônia de assinatura do termo de compromisso entre as duas unidades, o chefe-adjunto de P&D da Embrapa Gado de Leite, Pedro Arcuri, disse que a gestão do Nisa será semelhante ao que já ocorre com os laboratórios multiusuários da Embrapa. O comitê gestor do Núcleo, formado pelos pesquisadores da Embrapa Solos Renato Rodrigues e Fabiano Balieiro, e pelos pesquisadores da Embrapa Gado de Leite Jailton Carneiro e Marcelo Müller, receberá as propostas de pesquisas aprovadas pelos Comitês Técnicos Internos (CTI) das unidades e acompanhará suas execuções. Com a assinatura do termo de compromisso, o Nisa já está apto a iniciar os trabalhos.
Agricultura Sustentável
A intensificação sustentável da agricultura é uma das prioridades da Embrapa. Os projetos integrados para o desenvolvimento de pesquisas em solo e pecuária, que serão coordenados pelo Núcleo, terão como objetivo a sustentabilidade. Segundo Peres, há uma grande possibilidade de ações voltadas para sequestro de carbono e Integração Lavoura, Pecuária, Floresta (ILPF).
Os pesquisadores das duas unidades acreditam que há potencial para a captação de recursos tanto de instituições nacionais (Mapa, CNPq e Finep) quanto internacionais. O Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra, na sigla em inglês), do Reino Unido, tem sinalizado o aporte de três milhões de euros para as pesquisas realizadas pela Embrapa Solos nessa área. A expectativa é de recursos iniciais no montante de um milhão de reais para o funcionamento do Nisa.
Com o Núcleo, o CESM deverá se tornar uma vitrine de tecnologias voltadas para o Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono). “Será uma vitrine para o mundo conhecer o que nós fazemos em matéria de agricultura sustentável”, diz Martins. A proximidade do Campo com o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão) dará maior visibilidade aos trabalhos implantados no CESM.
Peres diz que em um mercado global, que valoriza a sustentabilidade, as barreiras não tarifárias para produtos agrícolas se tornam cada vez mais efetivas. “Se queremos garantir e ampliar nossos mercados, é preciso mostrar ao mundo que temos uma agricultura ambientalmente correta”, afirma o chefe-geral da Embrapa Solos.