Técnica aprimorada por pesquisas pode dar impulso à melhoria genética do rebanho através desta importante biotecnologia. É o que prova uma fazenda mineira
Por Luiz H. Pitombo
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de embriões de bovinos através da técnica de fertilização in vitro (Fiv), que pressupõe a aspiração do ovário de uma doadora, a fecundação em laboratório dos oócitos obtidos e o posterior implante dos embriões em fêmeas receptoras. Os índices elevados se justificam não só pelo tamanho do rebanho nacional, mas pelo próprio domínio e desenvolvimento desta biotecnologia por aqui.
Assim é que há cerca de dois anos chegou ao mercado a aplicação comercial de uma dessas pesquisas que representa um passo vital na solução de um gargalo, antes, representado pelo congelamento e descongelamento de embrião. Atualmente já se chega a 50% de prenhez em embriões Fiv acondicionados em paletas conservadas em botijões de nitrogênio, como os de sêmen, que um técnico treinado descongela na fazenda e implanta, o que antes não era possível.
“Acredito que a Fiv vai agora ocupar parte da inseminação artificial convencional”, afirma Mauricio Silveira Coelho, um dos pioneiros no uso desta tecnologia na Fazenda Santa Luzia, de Passos-MG, revelando que abandonou a inseminação em seu rebanho Girolando. No ano passado fez perto de 7 mil implantes de embriões Fiv, entre os frescos e os armazenados.
O protocolo e embriões que utiliza são fruto de trabalhos realizados pela central In Vitro Brasil, de Mogi Mirim-SP, e que contaram com a participação nas pesquisas de criopreservação com o médico veterinário Bruno Sanches, hoje, sócio da empresa, que reside e trabalha nos Estados Unidos. Parte desses estudos se transformou em sua tese de doutorado, sob a orientação do professor Marcelo Seneda, da Universidade Federal de Londrina-PR.
“Em termos gerais, uma taxa de 40% de prenhez para embriões Fiv congelados pode ser considerada bastante satisfatória, ainda que seja um pouco abaixo dos embriões convencionais ou da inseminação artificial, pois é importante considerar o ganho genético pelo uso deste embrião, além de ser possível pré-estabelecer o sexo no embrião FIV através de sêmen, o que é estratégico para a produção leiteira”, comenta Seneda.
Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 624, de outubro 2016