Setor leiteiro enfrentou adversidades climáticas e logísticas em 2024, mas projeta melhorias com novas políticas estaduais e fortalecimento da produção local
O setor leiteiro do Rio Grande do Sul encerra 2024 enfrentando um cenário desafiador, marcado por eventos climáticos extremos e dificuldades logísticas que impactaram diretamente a produção e a rentabilidade dos criadores. As enchentes que afetaram o Estado causaram prejuízos expressivos, incluindo a perda de mais de 3 milhões de litros de leite em alguns dias. Apesar disso, a resiliência dos produtores e a solidariedade do setor se destacaram como fatores determinantes para minimizar os impactos e garantir a continuidade da atividade.
O presidente da Gadolando, Marcos Tang (foto), apontou que o esforço coletivo entre produtores, laticínios e o poder público foi essencial para superar as adversidades. “Tivemos uma grande solidariedade entre os laticínios, que colaboraram para garantir o transporte do leite em regiões severamente atingidas, como o Vale do Taquari. Muitos produtores também usaram recursos próprios para manter a logística e evitar perdas maiores,” afirmou Tang. Além disso, iniciativas como a doação de mais de 200 caminhões de alimentos para os animais mostrando a grande solidariedade entre os produtores de todo o país.
Para 2025, com a entrada em vigor do decreto estadual que elimina os créditos presumidos de ICMS para leite importado e derivados, o setor espera melhorias coibindo parcialmente as importações e valorizando o produto local. “Essa medida era esperada há muito tempo e pode mudar a dinâmica do mercado, trazendo mais equilíbrio para a cadeia produtiva,” comentou. Além disso, o governo estadual está desenvolvendo um projeto mais amplo para incentivar a permanência dos produtores na atividade leiteira, medida vista como essencial para o futuro do setor.
Entretanto, os desafios permanecem, especialmente relacionados à recuperação das áreas produtivas afetadas pelas enchentes e ao manejo durante o verão, período tradicionalmente marcado pelo estresse térmico dos animais e altos custos com alimentação. Tang explicou que a recuperação dos solos será uma tarefa árdua para muitos produtores, exigindo investimentos em calagem, adubação e planejamento a longo prazo. “Muitos solos perderam sua camada fértil devido às enchentes, e isso impacta diretamente a produtividade. A recuperação será lenta e custosa, mas é essencial para garantir a sustentabilidade da atividade,” afirmou.
Com a expectativa de políticas estaduais favoráveis, o empenho dos produtores e a continuidade do trabalho coletivo, a Gadolando acredita que 2025 poderá marcar o início de uma recuperação consistente para o setor leiteiro, reafirmando sua importância estratégica para a economia e a segurança alimentar do Estado.
Fonte: Gadolando