Investir no leite, entre outros negócios

Empresário de diferentes atividades dá uma atenção especial à pecuária leiteira, a partir da criação de Holandês e Jersey, de olho atento na produtividade e rentabilidade

Por Nelson Rentero

O dia a dia do engenheiro Álvaro Rezende de Assumpção é corrido. Aos 70 anos, ele mantém um ritmo intenso desde que acorda, pois é preciso, apesar de bem assessorado, conferir os detalhes de como andam sua empresa de engenharia hidráulica/elétrica/mecânica; suas fazendas de grãos, cana e seringueira; a criação de gado de corte e, especialmente, o Sítio do Lago, onde tem vacas Holandesas e Jersey. Deste espaço sabe de cor os indicadores que marcam as diferentes etapas de um projeto em constante expansão em rebanho, volume de leite e produtividade.

Os números são expressivos. Na sala de ordenha, a média de leite por vaca/dia é de 32,8 kg, com 103 vacas das duas raças em lactação que, juntas, produziram no mês passado 3.380 kg, bem mais que três anos atrás, quando 75 vacas apresentavam média de 25 kg e um volume de 1.875 kg. Separando as raças, conta que suas Holandesas representam lactações em torno de 12.000 kg, com algumas passando de 15.000 kg, o que significa média de 36,8 kg, com várias delas acima de 50 kg, enquanto as Jersey têm média de 28,6 kg, com lactações na faixa de 8.700 kg.

Bem ao estilo low profile, Assumpção não é muito de acenar seus méritos e resultados como criador, mas se mostra muito criterioso com a atividade. Foram muitas as viagens feitas no País e ao exterior para montar o atual plantel. Inquieto, não considera seu rebanho estabilizado. Quer mais, mesmo que para isso tenha que se mudar de Pinhalzinho-SP, município próximo de Bragança Paulista, região que no passado foi uma importante bacia leiteira do Estado. Ali, quer chegar aos 6 mil litros diários, mas sonha um dia ter uma fazenda que lhe permita atingir 20 mil litros, de preferência, no Sul de Minas.

Enquanto o futuro é projeto, vai se ajustando cada vez melhor com o que tem. Recentemente fez uma série de reformas nas instalações, o que incluiu galpões do sistema compost barn para vacas em lactação, para maternidade e até para as bezerras. “Foi uma medida acertada, pois o rebanho respondeu de imediato ao bem-estar proporcionado, o que se traduziu por aumento na capacidade produtiva”, explica. Sobre conforto, diz que a melhor prova está na postura dos animais, já que a maioria prefere deitar a ficar em pé sobre o piso de serragem.

O galpão principal tem 2 mil m2, com dimensão de 40 x 50 m, reservando 10 m2 por vaca. Sob sua estrutura ficam também outras instalações. Tem comprado serragem regularmente para abastecer o sistema, mas deverá colocar em uso uma máquina para produzir o mesmo material a partir da reserva de eucaliptos de que já dispõe. Remove a cama duas vezes por dia. Um diferencial de seu projeto é o cocho instalado numa das laterais, à parte, o que livra a compostagem do pisoteio habitual, preservando seu padrão por inteiro. Essa instalação foi revestida de azulejos, o que, segundo ele, aumenta o consumo de matéria seca em até 1 kg/vaca/dia.

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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 634, de agosto 2017

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