É preciso todo cuidado para evitar a dor no animal, seguindo o protocolo de uso de tranquilizante, sedativo e anestésico
MANEJO
Mochação de bezerras leiteiras:
Quanto antes for feita, melhor
Veja como é possível minimizar consideravelmente os impactos da utilização dessa técnica dolorosa para o animal, porém tão necessária para a bovinocultura leiteira
Erick Henrique
O médico veterinário Marcelo da Silva Cecim, professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-RS) e idealizador do projeto “Traduzindo Vacas”, que estuda o comportamento animal, é também uma autoridade quando o assunto é mochação e descorna de bovinos leiteiros. Ele treina, frequentemente, produtores e colaboradores para aplicar corretamente essa técnica no rebanho e é nosso entrevistado para fornecer orientações de grande valia para os leitores da Balde Branco.
“Acho importante pontuar a diferença entre as duas técnicas, de mochação e descorna. A primeira é o ato de impedir o crescimento do botão córneo, que precisa ser feito numa idade bastante jovem. Já a descorna, por outro lado, é um processo antiquado, pois é a retirada cirúrgica do processo cornual. Ou seja, faz-se o corte e a excisão de osso, porque o chifre já cresceu. Então, sempre que se tem de fazer uma descorna, fica patente que houve um atraso no processo”, explica.
Segundo o professor, há, atualmente, em muitos países e também no Brasil, movimentos contra a descorna, entre eles, um projeto de lei na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Esses movimentos consideram a descorna uma mutilação, tornando-a um ato proibitivo para o exercício da profissão de médico veterinário.
“Contudo, a necessidade das duas técnicas é evidente, sempre que intensificamos o manejo dos animais. Bovinos que possuem chifres tornam o manejo com outros animais bastante difícil. Acidentes seguidos ocorrem com os animais de chifres, logo, precisarão de uma metragem maior de cocho, uma vez que tendem a ser dominantes, exatamente por usarem os chifres para se proteger”, diz.