Nanotecnologia contra a mastite

Trata-se da nova arma para tratar da doença. A diferença está no método inovador de combate, que garante maior eficácia na ação do antibiótico

Por Rubens Neiva

Um presente de grego para as bactérias causadoras da mastite em rebanhos leiteiros. Essa é a alegoria usada pela pesquisadora Vanessa Mosqueira para explicar como atua o antibiótico nanoes-truturado, desenvolvido pela Embrapa em parceria com a Ufop-Universidade Federal de Ouro Preto.

Mas, em vez de um enorme cavalo de madeira construído para esconder os guerreiros gregos que iriam invadir a cidade de Troia, a professora da Escola de Farmácia da UFOP, junto com o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Humberto Brandão, construíram uma nanocápsula (partícula um bilhão de vezes menor do que o metro) para transportar moléculas de antibiótico numa viagem até o interior da célula. Nessa jornada pela glândula mamária, as moléculas travam a guerra contra bactérias que causam a doença.

A mastite, caracterizada pela inflamação da glândula mamária, significa uma das principais perdas do pecuarista de leite em todo o mundo. Acredita-se que uma em cada quatro vacas apresente o problema pelo menos uma vez ao longo de sua vida produtiva. Embora o Brasil não possua números oficiais, estima-se que o impacto da doença alcance até 10% do faturamento das propriedades.

O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Guilherme Nunes de Souza, avalia que, somente nos Estados Unidos, onde as estatísticas sobre a questão estão mais avançadas, a mastite provoque perdas anuais da ordem de US$ 2 bilhões por ano devido à redução na produção, ao descarte do leite e de animais e aos custos com medicamentos e honorários veterinários.

Um inimigo tão forte carece de um oponente digno de tragédia grega. Para Brandão, esse oponente está na nanotecnologia, que tem revolucionado a farmacologia mundial, cuja aplicabilidade vai da indústria de cosméticos à produção de medicamentos. O resultado das pesquisas de Brandão e Mosqueira foi o desenvolvimento de nanoestruturas para tornar mais eficiente a ação dos antibióticos. O pesquisador explica que os medicamentos convencionais não conseguem atuar de forma ampla no combate aos agentes que provocam a mastite.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 626, de dezembro 2016

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