A eficiência de um rebanho leiteiro se mede por diferentes indicadores. Um dos mais precisos é o da persistência de produção

A persistência de produção pode ser definida como a taxa em que a produção de leite diminui a partir da produção máxima. Em outras palavras, a habilidade da vaca em manter, mais ou menos constante, a produção de leite durante a lactação, passado o pico desta, por volta de 60 dias pós-parto.

Esta é uma das características que faz parte do conceito de vaca leiteira especializada, segundo o eng. agrônomo Artur Chinelato de Camargo, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste. Para ele, são muitos os produtores e técnicos do setor que não se dão conta da importância de tal formulação quando aferem a eficiência de uma vaca ou mesmo de um rebanho como um todo.

Para ele, a vaca leiteira de boa persistência deve apresentar índice acima de 90%, o que significa que após o pico de produção, a queda mensal na produção de leite seja de no máximo 10%. “O ideal é ter vacas que no momento da secagem, no décimo mês de lactação, estejam produzindo 60% do leite medido no pico de lactação, o que equivaleria a uma persistência de 94%”, cita.

Como exemplo, menciona uma vaca que tenha produzido 30 kg de leite, no pico de lactação, a qual deverá estar produzindo ao redor de 18 kg de leite no momento da secagem, 10 meses após a parição. Então, como saber se a vaca tem persistência ideal? “Pelo controle leiteiro, medindo a produção de cada vaca pelo menos uma vez por mês. É preciso pesar (balança) ou medir (amostradores ou balde), que pode muito bem identificar as vacas que estão ajudando e as que estão prejudicando o produtor”, responde.

Além disso, para que o conceito seja bem aproveitado, é necessário identificar o dia em que ocorreu a maior produção durante a lactação e o dia da secagem, fundamentais para se medir a persistência. Nessa relação, o produtor não deve se preocupar com a produção após o parto, mas sim com a produção ao final da lactação. Nesse sentido, Chinelato observa que vacas grandes ou muito gordas podem apresentar baixa persistência, além de dificuldades para parir.

Segundo ele, persistência de produção pode ser uma característica genética de cada vaca, não importando a raça. “Matrizes sem persistência de produção ocorrem em qualquer rebanho”, destaca, explicando que uma boa vaca leiteira se caracteriza não só por ter uma persistência de produção alta, na faixa de 95/96%, mas também ter uma reprodução regular, que gere uma contribuição efetiva para geração de renda.

Leia a íntegra desta reportagem na edição de Balde Branco 617, de março 2016

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