A composição bromatológica do pré-secado de Azevém brasileiro é algo de extrema importância tanto para os produtores do material como também para os compradores.
Por Marcelo Hentz Ramos, PhD – Diretor 3rlab
Podemos observar, na tabela 1, que a matéria seca deste material varia de 20% a 70%, com uma média de 45%. Temos que ter cuidado com materiais que são muito úmidos (abaixo de 30% de matéria seca), pois os mesmos tendem a perder muita qualidade devido ao tipo de fermentação que ocorre dentro da bola de pré-secado. Quando olhamos para proteína bruta, podemos notar uma variação de 8% a 22% com uma média de 15%. Já a questão de fibra (FDN), podemos observar também matérias com baixa fibra (37%) e também materiais com muita fibra (67%) com uma média de 52%. Muito importante além da quantidade de fibra é a qualidade da fibra. Para isto olhamos na digestibilidade do material. Especificamente, nesta tabela estamos compartilhando a digestibilidade padronizada em 24hrs, 30 hrs e 48 hrs. Podemos notar materiais com baixas digestibilidades (19%, 26% e 42%) nas respectivas horas, como também matérias com altíssima digestibilidades (44%, 58% e 76%) nas respectivas horas. Em adição, a média de digestibilidade é interessante: 31%, 42% e 59%.
Um ponto que chama atenção nos pré-secados de azevém é a enorme variação no UFDN240hrs, com materiais apresentando valores extremamente baixos (5% da MS) e materiais com excesso (25% da MS). Finalmente, quando o assunto é qualidade de fibra, focamos em TTNDFD. Materiais com mínimo de 37% e máximo de 65%, realmente uma variação significativa na produção de leite visto que a cada 2-3 unidades de incremento no TTNDFD esperamos um aumento de 0,5l de leite. Importante observar que a média (51%) é um número excelente, o que proporciona um casamento perfeito com um material de fibra de pior qualidade (silagem de milho).
Em termos fermentativos, podemos observar materiais com pouquíssimo ácido lático (2%) a matérias com níveis interessantes de ácido lático (7,5%). Estes valores resultam em pHs que variam de 4 a 5,3, com uma média de 4.7. Finalmente observarmos a estimativa de produção de leite por tonelada de matéria seca (Milk2006) e notamos uma variação de 950 a 1894 kg de leite/ton de matéria seca, ou seja, quase o dobro a diferença entre o melhor e o pior material.
Tabela 1 – Valores médios de nutrientes do pré-secado de Azevém no Brasil
Min | Média | Máx | |
Matéria seca | 20 | 45 | 70 |
Proteína Bruta | 8 | 15 | 22 |
FDN | 37 | 52 | 67 |
Digestibilidade padronizada FDN, 24 hrs | 19 | 31 | 44 |
Digestibilidade padronizada FDN, 30 hrs | 26 | 42 | 58 |
Digestibilidade padronizada FDN, 48 hrs | 42 | 59 | 76 |
uFDN240, %MS | 5 | 12 | 25 |
TTNDFD | 37 | 51 | 65 |
Lático | 2 | 3,5 | 7,5 |
Acético | 0,5 | 1,5 | 4,5 |
Butírico | 0 | 0,5 | 2 |
pH | 4 | 4,7 | 5,3 |
Milk2006, kg de leite/Ton MS | 950 | 1422 | 1894 |