Produtoras de leite vencedoras do Prêmio Mulheres do Agro se destacam por práticas sustentáveis e inovadoras no setor. Inscrições para a edição de 2025 vão até o fim de julho.
São Paulo, julho de 2025 – O protagonismo feminino no agronegócio brasileiro tem se intensificado nos últimos anos, e essa evolução é especialmente visível no setor lácteo. Essa participação ocorre em um contexto de ampla presença da produção leiteira no país: segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, 98% dos municípios brasileiros possuem produtores de leite, resultando em uma produção anual superior a 34 bilhões de litros, que posiciona o Brasil entre os três maiores produtores mundiais.
De acordo com a Secretaria de Política Agrícola, até 2030, os produtores que adotarem tecnologia, gestão eficiente e práticas sustentáveis devem ampliar ainda mais sua participação no mercado.
Entre os exemplos que refletem essa transformação estão as histórias de três produtoras premiadas no Prêmio Mulheres do Agro, uma iniciativa da Bayer, em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). Alessandra Barth, Lisiane Rocha Czech e Maria Lúcia Bessa representam a força feminina que alia inovação, impacto social e sustentabilidade à produção de leite no Brasil.
Inovação e sustentabilidade no Sítio São Jorge
A paranaense Alessandra Barth, terceira colocada na categoria Pequena Propriedade em 2023, assumiu o comando do Sítio São Jorge, em Ipiranga (PR), em 2021, após 15 anos de atuação como professora. Desde então, implementou ferramentas tecnológicas e práticas inovadoras na produção leiteira: uso de software para controle zootécnico e financeiro, inseminação artificial, genotipagem animal e rígido controle de qualidade.
Práticas como adubação orgânica com reaproveitamento de dejetos e uso de energia solar permitiram uma economia superior a 90% nos custos com eletricidade e benefícios ao solo e à produção de silagem.
O bem-estar animal também é prioridade. A fazenda utiliza colares de monitoramento, que alertam sobre cio, mudanças de temperatura e reduzem o uso de medicamentos. “O Prêmio foi um reconhecimento de que estou no caminho certo. Quero incentivar outras mulheres a darem visibilidade ao seu trabalho”, afirma Alessandra.
Modelo de gestão sustentável na Fazendinha Sofia
A Fazendinha Sofia, de Lisiane Rocha Czech, em Teixeira Soares (PR), é um exemplo de eficiência e sustentabilidade. Com 182 hectares e 402 cabeças de gado holandês, a propriedade adota tecnologias de melhoramento genético, manejo de pragas e energia fotovoltaica, que garante economia de 90% em energia elétrica.
Lisiane conquistou o 3º lugar na categoria Grande Propriedade em 2024. Além do compromisso ambiental — com logística reversa de embalagens e plantio direto —, a produtora promove ações de troca de conhecimento, como o dia de campo realizado em março, que reuniu 200 produtoras brasileiras e 35 da Alemanha.
“A atividade leiteira exige atenção aos detalhes e atualização constante. É isso que me atrai: os desafios e a necessidade de sair da zona de conforto”, destaca Lisiane.
Agricultura regenerativa na Fazenda São Tomaz
Já em Rio Verde (GO), Maria Lúcia Bessa conduz a Fazenda São Tomaz com práticas de agricultura regenerativa, sendo reconhecida com o 2º lugar na categoria Média Propriedade em 2024. A fazenda adota adubação orgânica, energia solar, pastagem rotacionada e promove o reflorestamento de nascentes, recuperando solo e biodiversidade.
“Buscamos equilibrar eficiência, inovação e respeito ao meio ambiente”, afirma Maria Lúcia. Desde o reconhecimento, a visibilidade do trabalho aumentou e seu compromisso com a inovação sustentável se fortaleceu, inspirando outras mulheres.
Nestlé apoia a edição 2025 do Prêmio Mulheres do Agro
Para a edição de 2025, o prêmio ganha uma nova apoiadora institucional: a Nestlé, que já atua com programas voltados ao protagonismo feminino no campo, como o Força da Moça, e à sustentabilidade na cadeia do leite com o Nature por Ninho.
“Fortalecer o papel da mulher no campo é essencial para o avanço do agronegócio. Com o Prêmio Mulheres do Agro, reforçamos nosso compromisso com a inclusão, a equidade e o desenvolvimento sustentável”, afirma Bárbara Sollero, Head de Agricultura Regenerativa da Nestlé Brasil.
Um prêmio que transforma o campo
O Prêmio Mulheres do Agro vem, ano após ano, consolidando-se como uma iniciativa essencial para reconhecer a liderança feminina no agronegócio, impulsionando práticas sustentáveis, de governança e valorização do capital humano.
“A parceria com a Nestlé reforça nosso compromisso em incentivar a atuação feminina no setor e construir um agronegócio mais justo e sustentável”, conclui Priscila Araújo, especialista em sustentabilidade da Bayer.
As inscrições para a edição de 2025 estão abertas até 31 de julho, no site oficial do prêmio.