Com uma programação intensa, o Festival do Queijo Minas Artesanal teve a qualidade e a boa presença de público como destaques
O Festival de Queijo Minas Artesanal, ocorrido entre os dias 28 e 30 de julho, reuniu na capital mineira produtores, especialistas, profissionais da gastronomia e amantes da iguaria. Promovido pelo Sistema Faemg e Sebrae Minas, foi o primeiro evento voltado exclusivamente para o produto e mostrou a força do setor e seu prestígio com a população.
No espaço reservado às sete regiões produtoras (Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro), os visitantes puderam degustar e comprar, além de provar pratos especiais elaborados por chefs renomados a partir de queijos de cada uma delas. Para compor, cervejas artesanais, vinhos, cachaças, cafés e azeites mineiros.
A programação contou ainda com grande variedade de cursos e palestras, com assuntos que iam desde o debate acerca da legislação sobre a produção até aulas práticas de fabricação de sorvetes com queijo e instruções sobre a forma correta de conservação, manuseio, corte e harmonização do produto.
Em área especial, vitrines sobre pedestais apresentavam ao público os queijos de produtores mineiros premiados no Mundial de Queijos realizado em Tours, na França, em abril. A participação deles na disputa foi fruto de missão técnica dos produtores à França, realizada pelo Sistema FAEMG. Concorrendo contra mais de 700 produtos de mais de 20 países, Minas Gerais conquistou uma medalha Super Ouro, uma de ouro, sete de prata e três de bronze.
Outro ponto alto foi a escolha do melhor queijo do festival. Os visitantes foram convidados a degustarem queijos especiais de todas as regiões produtoras – identificados por códigos -, e a votarem no seu favorito . O campeão foi o Queijo Sítio Real, da região de Araxá, produzido por Reinaldo Lima. “Foi muita satisfação a conquista do primeiro lugar, especialmente por escolha do público. Significa reconhecimento do nosso trabalho”, disse, citando que dividia o mérito com o Faemg, Senar e Sebrae, através do apoio recebido dos técnicos dessas instituições.
Em segundo lugar, ficou o Queijo Canastra LH, produzido por Luciano Carvalho, em Medeiros, região da Canastra. O terceiro lugar foi conquistado pelo Queijo Sabores do Sítio, da produtora Lúcia Resende, de Tiradentes, região demarcada do Campo das Vertentes.
Hoje, 9.500 mineiros produzem, por dia, 85,5 mil kg de queijo artesanal de leite cru, movimentando mais de R$ 370 milhões anualmente. Os queijos têm características próprias, que dão a eles uma identidade regional, em função da altitude, temperatura, tipo de solo, pastagens e umidade do ar. Cada fator resulta num sabor e aroma específicos, que também variam conforme o tempo de cura. Para que o queijo seja considerado minas artesanal, a produção deve ser feita com leite cru, sadio, integral e recém-ordenhado. O processo tem que seguir normas de qualidade específicas.
Durante a solenidade de abertura do Festival, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, assinou dois despachos, com valores da ordem de R$ 2,2 milhões. O recurso será usado para aprimorar a produção do Queijo Minas Artesanal e para fomentar novas pesquisas sobre a produção de leite e derivados.