Quando tudo ocorre sem problemas, os restos placentários se desprendem entre 30 minutos e 12 horas após o parto

REPRODUÇÃO
RETENÇÃO DE PLACENTA
Importância do manejo nutricional, sanitário
e o bem-estar de bovinos
Problema frequente em muitos rebanhos leiteiros, a retenção de placenta, doença multifatorial, requer cuidados preventivos e tratamento adequado
Gisele Dela Ricci*
Considerada uma falha na eliminação das membranas fetais nas primeiras 12 horas após o parto, a retenção de placenta ocorre pela incapacidade de separação da conexão vaca e feto. A retenção de placenta é uma doença do trato reprodutivo bovino e sua ocorrência varia, aproximadamente, de 1,9% a 39,2%. Em vacas destinadas à produção leiteira, a incidência normal é estimada em torno de 5%.
Compreender como se dá a constituição e a forma como a placenta é expelida é importante para entender as diferentes causas responsáveis pela retenção (veja o quadro).
Na fase final da gestação ocorre a maturação da placenta, fase importante para sua expulsão após o parto. Os estágios fisiológicos do nascimento de bezerros durante o parto incluem a dilatação do canal da vaca, saída do feto e expulsão das membranas fetais.
Após o parto, para que a vaca esteja apta a conceber novamente, é preciso que ocorra a involução uterina, a regeneração do endométrio, a eliminação do conteúdo bacteriano do útero e a retomada da atividade cíclica do ovário. O risco da ocorrência de doenças uterinas é maior quando há falhas em um ou mais processos, diminuindo a fertilidade de vacas leiteiras. Também fatores endócrinos, imunológicos, genéticos, de manejo e suas interações contribuem para o aumento na incidência de infecções uterinas.