O relatório de maio de oferta e demanda de grãos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe as expectativas para a safra 2019/2020. No caso do milho, a produção mundial deverá aumentar 1,3% frente à safra 2018/2019.

Nos Estados Unidos, a expectativa é de um aumento de 4,1% na produção. Serão 381,8 milhões de toneladas, frente às 366,3 milhões de toneladas do ciclo anterior. Neste caso, o aumento da área plantada deverá puxar o incremento na produção. No entanto, é preciso ficar atento às questões climáticas. Os Estados Unidos estão semeando a safra 2019/2020 e o clima adverso pode mexer com essas previsões.

Para a soja norte-americana, as expectativas do USDA para a produção mundial no ciclo 2019/2020 são de queda de 1,8%. Serão 355,66 milhões de toneladas da oleaginosa no ciclo em questão. Essa queda é puxada principalmente pelo recuo da produção do grão norte-americano. O relatório estima uma produção 8,7% menor na temporada 2019/2020, frente a 2018/2019, sendo 10,71 milhões de toneladas a menos de soja americana no mercado.

 

 

EXPECTATIVA DE PRODUÇÃO DE MILHO DE SEGUNDA SAFRA SOBE 1,5%, SEGUNDO A CONAB

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou em maio o oitavo levantamento da safra de grãos 2018/2019. Destacamos as revisões para cima na oferta de milho de segunda safra. O relatório de maio estima aumento de 1,5% na produção do grão frente aos números de abril.

Serão 69,1 milhões de toneladas do cereal colhidas na segunda safra, contra 68,1 milhões de toneladas do relatório anterior. Na comparação com a safra 2017/2018, o aumento da produção é de 28,3%.

Este cenário é reflexo principalmente das boas condições climáticas e expectativas positivas com relação às produtividades médias neste ciclo.   A estimativa é de aumento de 1,2% nos rendimentos das lavouras, em comparação com o relatório de abril. Frente à temporada 2017/2018 o aumento é de 20,5%.

Com as correções, a produção total de milho brasileiro ficou estimada em 95,3 milhões de toneladas, aumento de 18,0% frente ao ciclo anterior, o que representa 14,5 milhões de toneladas a mais do cereal no Brasil.

 

 

CÂMBIO E O MERCADO DE MILHO

Na primeira quinzena de maio, os preços do milho caíram no mercado interno em função da previsão de uma boa produção na segunda safra (2018/2019), em início de colheita no País. Já na segunda metade do mês, a forte valorização do dólar frente à moeda brasileira deu sustentação às cotações, não só do milho como da soja também.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas, em São Paulo, a saca de 60 quilos de milho fechou o mês cotada em R$ 35,00, sem o frete. Os menores valores chegaram a R$ 33,00 por saca na primeira quinzena.

Em curto prazo, o câmbio terá papel importante na precificação dos grãos. Caso o dólar siga em alta, a expectativa é de mercado mais firme. Caso contrário, existe espaço para os preços voltarem a recuar.

 

 

INÍCIO DA SAFRA E AUMENTO DA OFERTA DE POLPA CÍTRICA

Até abril os preços da polpa cítrica estavam firmes no mercado interno, em função da baixa disponibilidade do insumo (entressafra). No entanto, sem muito espaço para altas mais fortes, em função do mercado mais frouxo para o milho. Em maio, com o início da safra de laranja a oferta de polpa cítrica já aumentou e os preços cederam.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonelada do insumo que estava cotada em R$ 610,00 em abril em São Paulo, sem o frete, ficou cotada, em média, em R$ 468,00 por tonelada no final de maio. Em curto e médio prazo, a safra de citros e o aumento da oferta do insumo colaborarão com o viés de baixa nas cotações; mas atenção ao mercado do milho, que subiu em função do câmbio e pode impactar nos preços da polpa.

 

 

LÁCTEOS: ALTA DE PREÇOS NO ATACADO E NO MERCADO SPOT

Na primeira quinzena de maio os preços dos derivados lácteos fecharam em alta no atacado. Na média de todos os produtos pesquisados pela Scot Consultoria, o incremento nos preços foi de 0,5% em relação à segunda metade de abril. Para o leite longa vida (UHT), foi a terceira quinzena consecutiva de alta, depois de um cenário com preços praticamente estáveis nos primeiros meses do ano. No período, o UHT teve um aumento de 0,9% e ficou cotado, em média, em R$1,70/litro.

O principal fator atrelado a essa valorização nos preços é a queda na oferta de matéria-prima nas principais bacias leiteiras do País. Além disso, os laticínios se mostraram mais firmes na negociação em função das altas para aquisição do leite cru. No varejo, os preços dos produtos lácteos ficaram estáveis. Para o leite longa vida (UHT) o cenário também foi de estabilidade nos preços (alta de 0,1%) na primeira metade de maio, frente à quinzena anterior.

Em curto prazo, a expectativa é de preços sustentados em decorrência da curva de captação em queda. Em nível nacional, a produção de leite deve continuar em queda até meados de junho, a depender das variações climáticas.

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