Trigo ganha espaço no cocho

Como item na dieta de gado leiteiro em forma de farelo, o trigo tem agora novas variedades voltadas para a produção de silagem, pré-secado e até pastejo

Na lista de ingredientes alternativos na dieta bovina, o trigo sempre teve papel de desta­que como farelo. Em algumas localidades da região Sul, produtores che­gam até a utilizar variedades de duplo propósito, nem sem­pre disponíveis e favoráveis economicamente. Para driblar tais restrições, surgem agora cultivares voltadas exclusiva­mente para a alimentação de gado bovino, com resultados comprovados em pesquisas e também em fazendas leiteiras de diferentes partes do País, ampliando as oportunidades da utilização do cereal.

A proposta é aproveitar a planta inteira na produção de silagem, pré-secado ou até mes­mo em pastejo. Há opções para cada caso e a resposta tem sido positiva como fonte de energia, proteína e fibra, substituindo principalmente com vantagens a aveia como opção alimentar em se tratando de uma cultura de inverno. Segundo Ederson Luiz Henz, zoo­tecnista da Biotrigo, empresa responsável pelos experimentos e desenvolvimento das novas sementes de trigo, a novidade tem por trás sete anos de pesquisa e vem atender a uma forte demanda do mercado.

“Trata-se de uma cultivar até então inédita para a dieta animal. A presença de amido e açúcares vem de encontro às ne­cessidades do rebanho leiteiro, já que pro­move uma resposta rápida em produção”, diz. Se o lançamento é novidade por aqui, não se pode dizer o mesmo na pecuária dos países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Paraguai ou, então, Estados Unidos e Canadá, onde o consumo de trigo por bovinos já é tradição como sila­gem ou pré-secado, no cardápio que envolve tradicionais culturas de inverno.

Um dos vários diferenciais das cul­tivares lançada por aqui é a ausência de aristas na planta, o que comprometia o trato digestivo do animal ao consumir o trigo comum. “Pro­vocava ferimentos e, por isso, limitava o consumo de alimentos em geral”, observa ele. A solução pode ser observada nas atuais cultivares TBIO Energia I e II, além da Lenox, esta voltada apenas ao pastejo. Optar por uma delas depende de cada projeto de exploração e localização, já que os resultados dependem das condições de cultivo e de aproveitamento.

Um exemplo é a citada TBIO Energia II, de ciclo precoce. “A cultivar é indicada para regiões mais quentes, como norte e oeste do Paraná, São Paulo, sul de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Neste último estado, por exemplo, existem projetos experimentais com resultados promissores, como é o caso das áreas plantadas na Fazenda Ser­tãozinho, pelo Grupo Mantiqueira do Leite, de Itanhandu-MG, e na Fazenda Extrema, do Grupo Rivelli, em Barbacena-MG. No Paraná, os experimentos são de responsabilidade dos pesquisa­dores da Fundação ABC.

Entre as principais caracte­rísticas da citada cultivar desti­nada à região Sudeste, Henz cita a elevada produção de matéria verde, a alta palatabilidade, o elevado valor nutricional, sani­dade foliar e o fato de ser até 20 dias mais precoce que TBIO Energia I, mais destinada para a região Sul. “Quando o foco for pré-secado a área estará livre para outros cultivos em até 70 dias. No caso de silagem, de 90 a 100 dias, abrindo espaço para as culturas de verão na sequência”, orienta.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 632, de junho 2017

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