O último dia 1º de junho foi estabelecido pela FAO-Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, como o Dia Mundial do Leite  

Por Roberta Züge

A comemoração do Dia Mundial do Leite sempre teve como foco reconhecer a importância do leite como um alimento global. Historicamente, acredita-se que os humanos estão tomando leite há mais de 10 mil anos. Considera-se que o leite foi essencial para materializar o desenvolvimento do ser humano. Antes nômades, os humanos precisavam gastar muita energia e tempo, coletando alimentos.

Com a domesticação dos animais, e a disponibilidade de proteína de alto valor nutricional houve um grande desenvolvimento, inclusive do cérebro, órgão bastante dependente de gorduras de origem animal. Além disto, a facilidade de obter o alimento próximo ao local de moradia permitiu diminuir parte do trabalho diário de conseguir alimentos, que era baseado na caça e coleta. Assim, o ser humano pode se dedicar a outras atividades e tendo tempo para o progresso.

Deveria ser desnecessário lembrar à população quantos benefícios que o leite carreia. Mas, frente a divulgação constante de inverdades, a descrição realmente continua importante. O leite é um excelente hidratante, pois possui cerca de 87% de água.  Nada melhor para repor líquidos e micronutrientes após uma corrida que um copo de leite.  A parte sólida (13%), além de gorduras incluem proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais. Esta fórmula faz com o leite seja considerado um dos alimentos mais perfeitos da natureza.

Os lácteos possuem proteínas de alta qualidade, facilmente absorvíveis pelo organismo dos mamíferos. Entre estes nutrientes, há destaque para as proteínas. Um ótimo exemplo é a caseína, uma proteína encontrada apenas no leite, que contém todos os aminoácidos essenciais, estes são chamados assim porque o organismo humano não consegue “fabricar”.  Lembrando que os aminoácidos são as unidades primárias, ou seja, os tijolos na construção das proteínas. Sem eles, a construção do corpo humano se tornaria frágil.

Além de ser esta grande base proteica, o leite também contém: cálcio, fósforo, magnésio e potássio. Sendo que o cálcio encontrado no leite é prontamente absorvido pelo organismo. O fósforo tem relação direta na absorção e utilização do cálcio. Fósforo e cálcio devem estar presentes na mesma proporção, para formar adequadamente os ossos. Novamente, o leite se destaca, tem estes dois minerais em semelhante proporção dos ossos.  Ainda, pode-se exaltar que o leite é uma grande fonte de riboflavina (a conhecida vitamina B2). Esta vitamina é essencial para que pele e os olhos estejam sempre saudáveis, bem como as vitaminas A e D.

O Brasil tem crescido na produção de leite, assim como, tem melhorado a qualidade dos produtos. Muito ainda pode ser feito. A valorização da produção está intimamente ligada ao valor dado ao produto. Precisamos nos comunicar mais com nosso consumidor, garantindo que as gerações recebam os alimentos de qualidade e dentro das necessidades de cada indivíduo. Valorizando quem produz com garantia de qualidade.

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Roberta Züge é membro do CCAS-Conselho Científico Agro Sustentável; vice-presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná; médica veterinária doutora pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP-Universidade de São Paulo e sóciia da Ceres Qualidade.

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