Cooperativismo e gestão foram os temas de discussões do simpósio realizado em Pindamonhangaba-SP

Por Hyanne Patrícia

Maior bacia leiteira de São Paulo em 2016, com uma produção de leite superior a 219 milhões de litros, o Vale do Paraíba paulista agora busca aprimorar a gestão e estrutura organizacional das cooperativas e propriedades produtoras, para continuar crescendo nos próximos anos. Esses foram alguns dos desafios discutidos durante o 2º Simpósio de Pecuária Leiteira-Integra Vale, realizado pela Associação Agropecuária de Guaratinguetá e as cooperativas de laticínios Serramar, Comevap e Cooper, em Pindamonhangaba-SP, no último dia 23 de agosto. O evento reuniu um público de 400 pessoas, entre produtores, técnicos e estudantes.

Participante da mesa redonda “Mercado lácteo e cooperativismo”, o consultor e especialista em cooperativismo Dorly Dickel, defendeu que as crises do passado devem ser deixadas para trás, e dar lugar à intercooperação, palavra de ordem que embasou toda a discussão do painel. “A competitividade e a disputa pelo mercado é muito acirrada e por isso as cooperativas têm que se reinventar, serem criativas, reduzir custos e aumentar a eficiência para se manter”, disse.

Opinião compartilhada pelos dirigentes das cooperativas organizadoras do evento,  que discutiram a formação de mais alianças estratégicas como caminho para promover o desenvolvimento e eficiência na produção dos cooperados. Uma das propostas discutidas foi a compra conjunta de insumos para redução de custos, modelo já adotado por pecuaristas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

“O objetivo é fazer tudo o que for possível para trazer benefícios financeiros ao cooperado, seja em custos ou assistência. Tudo isso já está sendo estudado e devagar vamos conseguir fazer com que haja essa intercooperação”, explicou o presidente da Serramar, Pedro Guimarães.

Visando a capacitação do produtor, o evento também contou com um ciclo de palestras técnicas com temáticas ligadas a práticas de manejo de gado leiteiro e estratégias para melhorar a gestão das propriedades produtoras. Iniciando as apresentações, o médico veterinário Ademir de Moraes Ferreira tratou da importância da boa nutrição das vacas leiteiras para maior eficiência reprodutiva. Terceirização de produção de forragens foi o tema abordado pelo consultor e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, João Ricardo Alves Pereira.

Segundo o professor, a terceirização de serviços de agricultura e manejo fitossanitário é uma alternativa para o produtor de leite que não tem maquinário adequado, por exemplo. Como vantagem, este produtor teria maior especialização em seu ramo sem preocupações e com maior qualidade no plantio. Pereira destacou ainda que antes de cogitar a terceirização, o produtor deve conhecer e entender seu negócio.

Para a professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Mônica Cerqueira, ficou a missão de falar sobre o programa de boas práticas agropecuárias, como ferramenta para aumento de renda nas propriedades. Segundo ela, as boas práticas são métodos de gestão que vão organizar as atividades dentro da fazenda com o objetivo de produzir leite seguro e de qualidade.

Finalizando programação, o médico veterinário João Paulo Pereira, da Rehagro, apresentou a importância e os desafios de proporcionar conforto às vacas leiteiras em sistemas de confinamento. João Paulo, que também é produtor de leite, falou das instalações nesses ambientes, dos problemas causados em um ambiente desconfortável e métodos que auxiliam no bem-estar das vacas confinadas.

“O sucesso dessa atividade depende de uma definição correta do sistema de confinamento e suas instalações, de modo que propicie conforto dos animais alojados. O planejamento é a melhor forma de atingir esses objetivos”, explicou.

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