Bubalinocultura brasileira encerrou 2025 com resultados consistentes e perspectivas positivas de crescimento, sustentadas por investimentos simultâneos em técnica, ciência e mercado. O balanço foi apresentado pela Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), que destacou um ano de forte atuação institucional, avanço em pesquisas inéditas, fortalecimento do registro genealógico e movimentos relevantes da indústria láctea e de carne.
Ao longo do ano, a bubalinocultura brasileira ampliou sua visibilidade nacional com presença estratégica em eventos de grande porte, reforçando o potencial produtivo dos búfalos e de seus derivados, além de consolidar bases técnicas fundamentais para a expansão sustentável do setor.
Participação em eventos fortalece a bubalinocultura brasileira
Em 2025, a ABCB participou de importantes feiras e exposições agropecuárias, como a Agrishow, em São Paulo, a MegaLeite, em Minas Gerais, e a Expointer, no Rio Grande do Sul. Esses eventos funcionaram como plataformas estratégicas para a promoção da bubalinocultura brasileira, aproximando produtores, técnicos, indústrias e consumidores.
Outro destaque foi a realização do 17º Encontro de Bubalinocultores, em Fortaleza (CE), que reuniu criadores de diversas regiões do país. O encontro teve forte caráter técnico, com palestras e trabalhos voltados à produção, mercado e perspectivas do setor, consolidando-se como um dos principais fóruns nacionais da bubalinocultura.
Registro genealógico e base técnica ganham protagonismo
Segundo a vice-presidente da ABCB, Desireé Möller, 2025 marcou uma fase de reorganização estratégica da entidade. “Foi um ano de transição, com foco muito claro em registro e técnica, que são pilares essenciais para o crescimento estruturado da bubalinocultura brasileira”, avalia.
Houve avanço significativo no número de animais cadastrados no programa de avaliação genética de búfalos, conduzido pela pesquisadora Gabriela Stefani, em São Paulo. O programa permite avaliar a produção individual de carne ou leite diretamente nas propriedades, com envio de dados pelos próprios criadores, possibilitando comparações entre diferentes regiões e sistemas produtivos.
Pesquisa científica amplia competitividade da cadeia
O fortalecimento da pesquisa científica aplicada foi outro eixo relevante em 2025. Em parceria com o Instituto de Zootecnia (IZ), a ABCB participou de estudos voltados à composição genética do leite de búfala, com destaque para pesquisas relacionadas à kappa-caseína, proteína associada à qualidade industrial e ao rendimento de derivados.
Esses estudos contribuem para programas de melhoramento genético e agregam valor à produção, alinhando a bubalinocultura brasileira às demandas da indústria e do mercado consumidor.
Ampliação do quadro técnico impulsiona o setor
Após um período sem novas seleções, a ABCB avançou na recomposição do quadro de técnicos de registro, em parceria com a Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC). Foram incorporados sete técnicos para a região Sul e 12 para o Sudeste e Centro-Oeste.
Essa ampliação fortalece o atendimento aos criadores e permite maior controle sobre o histórico produtivo dos animais, tanto para carne quanto para leite. A expectativa é que novas seleções alcancem as regiões Norte e Nordeste no início de 2026.
Mercado e indústria ampliam escala da bubalinocultura brasileira
Movimentos industriais relevantes marcaram o ano. Um dos destaques foi o lançamento do primeiro leite em pó de leite de búfala no Brasil, desenvolvido pela Bom Destino, ampliando as possibilidades de industrialização e diversificação de produtos.
Outro marco foi a aquisição da indústria Levitare pelo grupo Tirolez, sinalizando o interesse de grandes players do setor lácteo na bubalinocultura brasileira e abrindo novas perspectivas de escala, mercado e agregação de valor.
Projeções para 2026 reforçam ciclo de crescimento
Para 2026, a ABCB projeta a continuidade do ciclo de expansão, com destaque para a realização da primeira prova de eficiência alimentar em búfalos no Brasil, conduzida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu. A iniciativa deve gerar dados inéditos para a cadeia produtiva.
A agenda inclui ainda o 18º Encontro Brasileiro de Bubalinocultores, em Santa Catarina, e a participação brasileira no Mundial de Criadores de Búfalos, que será realizado na Itália, em outubro de 2026, fortalecendo a presença internacional da bubalinocultura brasileira.
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