Comitiva estadunidense conheceu as pesquisas com produção de bovinos de leite na Embrapa
Gisele Rosso – jornalista da Embrapa Pecuária Sudeste
Na última sexta-feira, 06 de setembro, o Brasil recebeu o primeiro jogo de futebol americano válido na temporada regular da NFL. O Green Bay Packers enfrentou o Philadelphia Eagles, na Neo Arena Corinthians, em São Paulo.
O Packers ou Cheesehead (cabeças de queijo, em Português) é um time tradicional do estado de Wisconsin, que se destaca pela produção de queijos. Além do time, uma comitiva de negócios do Estado veio ao Brasil para promover seus produtos e fazer visitas técnicas e reuniões institucionais com foco em pecuária de leite e processamento de lácteos.
Foi com esse enfoque que, no dia 03 de setembro, gestores da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), receberam Randy Romanski, secretário de Agricultura, Comércio e Proteção ao Consumidor, do Estado do Wisconsin, e Mark Rhoda-Reis, Diretor do Escritório de Exportação e Desenvolvimento de Negócios.
O chefe-geral, Alexandre Berndt, falou das principais linhas de trabalho desenvolvidas no centro de pesquisa enfatizando os sistemas sustentáveis de produção que têm resultados animadores em redução de emissões na pecuária, bem-estar animal, eficiência no uso de recursos naturais, etc., além de uma nova linha de pesquisa que vem sendo articulada em agricultura espacial.
A área de integração da pecuária com árvores, tanto com gado de corte, como com bovinos de leite, foi apresentada pelo chefe de Transferência de Tecnologia, André Novo, e o articulador internacional, Alberto Bernardi. Os especialistas deram destaque aos dados de remoção de carbono, diversificação de rendimentos, manutenção da biodiversidade, adaptação às mudanças climáticas, qualidade do solo e das forrageiras, além de conforto animal.
Segundo Randy Romanski, a missão ao Brasil e mais especificamente à Embrapa teve o objetivo de conhecer o que está sendo desenvolvido e compartilhar informações técnicas que podem ser benéficas para o país e para Wisconsin. “Uma das responsabilidades do nosso departamento é fazer com que tanto o grande quanto o pequeno produtor consiga produzir com lucro. É importante que todos estejam abertos para sistemas novos, mais diversificados, pois existe muita coisa em comum entre Wisconsin e o Brasil, seja no setor pecuário, seja no agrícola, assim todos podem ser beneficiados”, afirmou.
Outro foco foi encontrar possibilidades de futuras parcerias para trocas de treinamentos e de práticas sustentáveis de produção. “Na Embrapa vimos possibilidades de trabalhar de uma maneira mais inteligente voltada para o conservacionismo e para o bem-estar animal”, ressaltou Romanski.
Para André Novo, a vinda da comitiva justifica-se pela prospecção de parcerias nas áreas de pecuária e pesquisas. “O secretário de agricultura demonstrou que tem interesse em trazer produtores americanos para conhecer nossa proposta de leite a pasto de baixo carbono e a ordenha voluntária. Há um Fundo para gestão de Pesquisa e Desenvolvimento e temos como avançar com futuras parcerias”, conta Novo.
Romanski também enfatizou que a necessidade de proteger o solo e a água é importante não só para os pecuaristas do Brasil ou de Wisconsin, mas para os fazendeiros do mundo inteiro. O secretário ainda falou sobre a oportunidade de compartilhar os conhecimentos, fazendo com que os recursos naturais possam ser utilizados de maneira mais eficiente, além de se ter melhores práticas agropecuárias.
Durante a visita ao estado de São Paulo, Romanski também participou de uma divulgação dos produtos de Wisconsin, junto com o time de futebol americano Green Bay, e de visitas a agroindústrias e à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo.