Índices revelam o papel da produção familiar na pecuária de leite do Paraná e sugerem ações para que este setor se torne mais competitivo frente à produção em larga escala
Por Marcel Moreira de Brito, Ferenc Istvan Bánkuti e Geraldo Tadeu dos Santos
A produção de leite tem desempenhado papel importante no crescimento e desenvolvimento da agricultura familiar do Paraná. A região Oeste concentra o maior número de produtores de leite e o maior volume de leite produzido no Estado. Grande parte dos produtores desta região é composta de familiares e está vinculada a cooperativas e associações de produção e beneficiamento de leite.
Já a região Centro Oriental é caracterizada por propriedades de leite de grande porte, de alta produtividade por animal, alto nível tecnológico e com forte presença de cooperativas de produção e beneficiamento de leite, enquanto a região Sudoeste é marcada por cooperativas agropecuárias e por propriedades rurais de leite menores em área, porém em grande número.
Mas nem sempre essas três regiões foram destaque na produção de leite. O Noroeste, Norte Central e Norte Pioneiro do Estado foram, no passado, importantes na consolidação e no desenvolvimento da cadeia produtiva leiteira, porém, essas regiões sofreram um esvaziamento da atividade nos últimos 20 anos, ocorrendo gradativamente a substituição da produção de leite por lavouras de milho e soja e, mais recentemente pela produção de cana-de-açúcar.
Esta mudança gerou muitos problemas sociais, pois o número de famílias no campo e o volume de alimentos produzidos diminuíram drasticamente. De acordo com dados oficiais, cerca de 85% das unidades produtoras de leite no estado do Paraná são caracterizadas como familiares. Estas são assim classificadas se atenderem a quatro características principais: 1- possuir área total de até 4 módulos fiscais; 2- ter a mão de obra predominantemente de origem familiar; 3- ter renda mínima oriunda da atividade rural e 4- ser gerenciada pelo produtor rural.
A produção de leite representa a quarta principal atividade da agricultura familiar no Estado, sendo, portanto, um importante pilar social e econômico para o Paraná. Diante da importância da produção de leite em sistemas familiares foi realizado um estudo em 204 propriedades nas regiões Oeste, Centro Oriental de Norte Central do Estado do Paraná, a fim de identificar diferenças estruturais e produtivas entre sistemas de produção de leite familiares e patronais.
Marcel Moreira de Brito (foto), zootecnista, mestre em Zootecnia e doutorando em Zootecnia pela Universidade Estadual de
Maringá; Ferenc Istvan Bánkuti e Geraldo Tadeu dos Santos, professores do departamento de Zootecnia da Universidade
Estadual de Maringá.
Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 632, de junho 2017