O uso do nome comercial para touros tem se mostrado uma estratégia cada vez mais importante para os criadores de raças zebuínas no Brasil. Essa prática facilita a identificação, amplia a viabilidade de negócios e contribui para dar maior visibilidade aos animais com Registro Genealógico Definitivo (RGD). Recentemente, após solicitação da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) prorrogou por mais seis meses o prazo para que os criadores possam acrescentar o nome comercial aos registros já emitidos.
Tradicionalmente, o apelido ou nome comercial só poderia ser atribuído antes da concessão do RGD. No entanto, muitos criadores não estavam habituados a realizar esse processo no momento inicial. A extensão do prazo atende a uma demanda prática e abre oportunidade para que mais pecuaristas valorizem seus rebanhos.
Segundo Rodrigo Abdanur, Gerente Comercial e de Exposições da ABCZ, a medida é resultado de uma necessidade real dos associados. “É uma solicitação que vem para facilitar o manejo e atender uma demanda dos criadores. Muitos não tinham o hábito de atribuir o nome comercial antes do registro, e agora terão mais tempo para implementar essa identificação, agregando valor aos animais”, explicou.
O nome comercial desempenha papel estratégico principalmente nas centrais de genética. A maioria dos touros contratados já é batizada com apelidos que se tornam reconhecidos no mercado. Um exemplo é o FGP 9684, conhecido nacionalmente como Fabuloso da Guadalupe, um dos touros mais vendidos da Alta Genetics.
Para Rafael Oliveira, Gerente de Corte Zebu da Alta Genetics, o nome comercial é um recurso poderoso. “Ele individualiza o touro e facilita a sua aceitação no mercado. Tanto para quem oferece o sêmen, quanto para quem compra, o nome gera identificação imediata. Além disso, dentro da própria fazenda, os funcionários se adaptam melhor a nomes de fácil pronúncia do que a códigos numéricos”, afirmou.
A escolha de nomes curtos, marcantes e fáceis de memorizar é outro ponto ressaltado pelos especialistas. De acordo com Oliveira, o nome comercial carrega não apenas a identidade do touro, mas também a marca da fazenda. “É a identidade que viaja dentro e fora do Brasil. Por isso, deve ser simples e sonoro, para gerar reconhecimento rápido no mercado”, destacou.
O mercado global da genética bovina já utiliza amplamente a prática do nome comercial como ferramenta de marketing e diferenciação. Segundo dados do portal Beef Magazine, nos Estados Unidos, a adoção de nomes comerciais em touros de genética de corte é fundamental para a promoção, ajudando na fidelização de clientes e na valorização do sêmen em leilões e programas de melhoramento (fonte: Beef Magazine).
No Brasil, essa tendência tem ganhado força, especialmente em raças zebuínas, que se destacam pela base genética da pecuária de corte. O nome comercial ajuda não apenas a impulsionar as vendas, mas também a criar histórias em torno dos animais. Nomes de impacto podem gerar reputação, facilitar o marketing digital e atrair compradores nacionais e internacionais.
De acordo com reportagem do portal Balde Branco, a valorização da identidade dos animais, por meio do nome comercial, acompanha a profissionalização do setor pecuário. O veículo ressalta que o mercado está cada vez mais competitivo, e ferramentas de branding aplicadas ao campo, como a atribuição de nomes estratégicos aos touros, tornam-se diferenciais na comercialização (Balde Branco).
A decisão do Mapa em prorrogar o prazo para adoção do nome comercial representa, portanto, uma oportunidade valiosa para criadores que desejam agregar visibilidade e rentabilidade ao seu plantel. Seja em centrais de genética, em leilões ou em fazendas comerciais, os touros identificados por nomes marcantes têm maior potencial de destaque no mercado.