Snaplage é opção de silagem de milho

Silagem de espiga apresenta vantagens desde a lavoura até o cocho, mas exige do produtor um gerenciamento eficiente para garantir bons resultados

Por Romualdo Venâncio

Ainda pouco difundida entre os pecuaristas brasileiros, a sila­gem de espiga de milho já vem sendo utilizada por confinado­res de gado de corte e começa a despertar o interesse de produtores de leite. A técnica conhecida como snaplage foi criada nos Estados Unidos e apresenta vantagens nutricionais, agronômi­cas e, principalmente, econômicas, o que a torna ainda mais atrativa.

Especialistas afir­mam que essa opção favorece a digestibilidade das vacas, o que impacta diretamente na produção de leite; tem maior pro­dução de matéria seca por área, se comparada à silagem de grão; reduz a necessidade de con­centrado na dieta, refletindo de forma positiva no custo total de produção, e ainda chega a ser muito positiva para a preservação do solo. Para aproveitar essas vantagens é preciso conhecer suas particularidades e ser eficiente em todo o processo, desde a lavoura – plantio, cultivo e colheita –, passando pela armazenagem até chegar ao cocho.

A snaplage é caracterizada pela colheita da espiga e sua utilização por completo, cuja composi­ção envolve 75% a 80% de grãos, 10% a 15% de sabugo e 5% a 10% de palha, de acordo com Marcos Inácio Marcon­des, chefe do Depar­tamento de Zootecnia da UFV-Universidade Federal de Viçosa. Para ele, especialista em nu­trição de ruminantes, a silagem de espiga inteira é uma opção à silagem de grão úmido ou de grão reidratado.

“A snaplage deve ser vista como uma alternativa de alimento concentrado energético para ser utiliza­do nas dietas de vacas em lactação, e não como substituto para a silagem da planta inteira de milho”, diz Marcondes, que teve o apoio de Alex Lopes da Sil­va, pós-doutorando em Zootecnia pela UFV, para levantamento e análise dos dados sobre esse tema.

A avaliação econômica faz grande diferença nessa comparação. “O alto custo da utilização do milho nos últimos anos tem estimulado a busca por alter­nativas que aumentem o aproveitamento do insumo pelos animais e, consequen­temente, gere ganhos de produção”, analisa Marcondes. Embora apresente índices menores de proteína e amido em relação à silagem de grão úmido, a snaplage tem maior concentração de fibra em detergente neutro (FDN). “O que contribui para a melhoria do ambiente de fermentação ruminal, com impactos positivos na saúde e na produção dos animais”, observa. Veja na tabela 1 uma comparação da composição química entre silagem da planta inteira de milho, de grão úmido e de espiga.

—————————
Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 636, de outubro 2017

Posts Relacionados

Setor leiteiro considera positiva medida que prevê financiamento para transferência de embriões

Anúncio foi feito pelo governo Federal ao divulgar o Plano Safra 2025/2026 para a agricultura familiar Texto: Rejane Costa/AgroEffective Plano Safra 2025/2026 e a proposta de transferência de embriões O...

Preço do leite cai em maio com aumento da oferta e baixa demanda, aponta Cepea

Cepea, 27/06/2025 – Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o preço do leite captado em maio fechou a R$ 2,6431/litro na “Média...

Homenagem a Claudio Martins Real: Pioneiro da Homeopatia Veterinária e Fundador do Grupo Real

O Grupo Real comunica com profundo pesar o falecimento do Professor Doutor Claudio Martins Real, ocorrido no dia 28 de junho de 2025, aos 99 anos de idade. Reconhecido como...